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quinta-feira, 21 de novembro, 2024
Por Vonúvio Praxedes
quinta-feira; 21 novembro - 2024

Federação dos Petroleiros defende reestatização de refinaria vendida por Bolsonaro

Ministro Alexandre Silveira diz que a Refinaria Landulpho Alves é “um ativo histórico da Petrobrás que nunca deveria ter sido vendido”

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), comenta o acordo firmado entre a Petrobrás e o Fundo Mubadala para iniciar o processo de investimento conjunto com a Acelen, para a participação da Petrobrás em projetos de biorrefino. Ele afirma que a luta da categoria petroleira é para que a Refinaria Landupho Alves (Rlam) volte a ser um ativo da empresa. As declarações do dirigente surgem na esteira da declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que, no domingo (3/09) afirmou que a Rlam é “um ativo histórico da Petrobrás que nunca deveria ter sido vendido”.

Para o consumidor final do Estado da Bahia, a privatização da Rlam trouxe aumento nos preços dos derivados acima da média nacional. Em fevereiro de 2021, a refinaria foi vendida para a Mubadala Capital e continuou sendo operada pela Petrobrás. Somente a partir de dezembro de 2021 a operação foi transferida para a Acelen, empresa criada pela Mubadala. A partir daí, o preço médio da gasolina vendida nos postos de combustíveis do estado da Bahia superaram a média de preço nacional. As refinarias que pertenciam à Petrobrás e foram privatizadas nos processos de desinvestimento, vem praticando preços, em média, 5,5% mais caros, em relação à estatal. Hoje o valor chega a ser 8,6% maior.

“A FUP entende que o processo de crescimento da capacidade de refino da Petrobrás passa necessariamente pela reintrodução da Rlam aos ativos da empresa, que voltaria a ter o controle da refinaria baiana”, defende Bacelar.

O dirigente lembra que o fundo Mubadala, via Acelen, e em parceria com a Petrobrás, poderia investir não apenas em petroquímica, mas também em projetos de energias renováveis, como hidrogênio verde. O combustível tem grande potencial na Bahia, especialmente pelo fato de o Polo Petroquímico de Camaçari estar próximo à rede de transmissão que traz energia dos parques baianos de energia eólica e solar.

Bacelar observa ainda que o projeto de diesel verde da Rlam foi todo desenvolvido pela Petrobrás, pioneira da tecnologia para a produção de combustível renovável. “Ele já estava pronto quando Mubadala comprou a refinaria”, destaca Bacelar, lembrando que projetos de processamento de diesel vegetal estão em curso em várias unidades da Petrobrás.

Refinaria

A Rlam, privatizada em dezembro de 2021, no governo Bolsonaro, foi a primeira refinaria do Brasil. Instituída em 1950, a unidade – localizada no Recôncavo Baiano – foi incorporada à Petrobrás em 1953, quando a estatal foi criada. Com 6,5 km² de área, a Rlam tem capacidade de produção de 377 mil barris/dia de produtos de alto valor agregado. Além de GLP, gasolina, diesel e lubrificantes, a refinaria é a única produtora nacional de food grade, uma parafina de teor alimentício utilizada para fabricação de chocolates, chicletes, entre outros, e de n-parafinas, derivado utilizado como matéria-prima na produção de detergentes biodegradáveis.

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