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Mossoró
quarta-feira, 30 de outubro, 2024
Por Vonúvio Praxedes
quarta-feira; 30 outubro - 2024

Depois do Estado anunciar desequilíbrio nas contas, Allyson estava certo sobre não conceder reajuste aos professores?

Tanto Allyson quanto Fátima enfrentaram greve dos professores, mas agora o Estado enfrenta no limite de mais uma crise financeira

Observo que não trata-se de apoiar ou não os professores. Todos sabemos que estes profissionais são construtores de nosso futuro e alicerce do presente. Tanto que Governo do RN, quanto a Prefeitura de Mossoró possuem discursos semelhantes pela valorização dos profissionais da educação. Fátima e Allyson Bezerra possuem diferenças nas suas vidas políticas que os tornam pragmáticos em suas decisões, políticas ou técnicas.

Enquanto a professora Fátima, de origem sindical/ popular (como prefere destacar), ligada intrinsecamente à educação, não poderia deixar de negociar o piso do magistério por questões de coerência política e de vida, mesmo sabendo dos riscos, Allyson que também foi presidente de sindicato, deixou nas mãos dos técnicos ligados a área de finanças do município a prova dos nove sobre a concessão do reajuste de 14,95% deste ano.

Ambos enfrentaram greves de seus servidores estaduais e municipais, mas apenas Allyson buscou na justiça o fim da greve alegando já pagar o piso e isso pegou muito mal, mas alertado por secretários, afirmava que se pagasse o percentual de reajuste, a folha do funcionalismo poderia ser comprometida com atrasos. Notadamente o desgaste grevista foi maior para Allyson do que para Fátima. O tempo passou…

No finalzinho agora de julho o secretário estadual da Fazenda chutou o balde. Cadu Xavier deu detalhes do balanço das contas públicas do RN nos três primeiros bimestres deste ano e num tom de “eu avisei”, alertou que o Estado não deveria ter concedido reajustes aos professores tanto em 2022, quanto em 2023. A matemática é implacável pela sua simplicidade. Se não arrecada suficiente, não há como gastar tudo que tem para atender as demandas variadas da população e ao mesmo tempo atender melhorias salariais, reconhecendo sempre o merecimento dos servidores. Agora, não apenas os trabalhadores da educação, mas também as demais categorias do Estado, segundo Xavier, estão minadas a não receberem reajustes salariais. O Estado está derretendo financeiramente e quem não quer enxergar isso terá que ser responsabilizado.

Antes que me critiquem pelo fato da Lei Complementar 192/22 que reduziu o ICMS e isso baixou a arrecadação dos estados, sim, foi uma decisão politiqueira.

Voltando. Pois então, quem está certo ou errado sobre os professores? Não é este o ponto sobre valorização dos servidores quanto a reajustes salariais. Tanto o município de Mossoró ou qualquer outro, quanto o Governo do Estado precisam antes, reforçar a responsabilidade de cada ente na arrecadação eficiente de impostos, além do enxugar a máquina pública. Somente assim é possível conceder a valorização que todo trabalhador busca e que faz a verdadeira diferença no seu bolso.

Que um dia possamos ver as contas públicas não como questão eleitoral, mas como parte de uma gestão eficiente como estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu artigo primeiro.

*Se você discorda do que escrevi, envie sua opinião para [email protected] que publico aqui no Diário Político.

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