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quinta-feira, 21 de novembro, 2024
Por Vonúvio Praxedes
quinta-feira; 21 novembro - 2024

Suplente de Apodi cobra vaga de vereador do PT após desfiliação do titular às cegas

A reunião da executiva que acatou a desfiliação foi feita em dezembro e, segundo Márcio, ele só ficou sabendo da decisão em janeiro

Via Agência Saiba Mais

O policial penal Márcio Morais criticou nessa segunda-feira (6/02) a direção do PT em Apodi, no Oeste potiguar, por não requerer o mandato de vereador de Alexandre Bevenuto, parlamentar que pediu desfiliação fora da janela partidária após uma série de atritos, relação com bolsonaristas e voto no PL.

Bevenuto é o primeiro vereador da sigla de Lula em Apodi e conquistou o cargo em 2020 com 565 votos. Márcio ficou logo atrás, e perdeu por apenas 15 votos de diferença. Em dezembro, o vereador pediu para sair do partido voluntariamente, e a decisão foi acatada pela direção municipal do PT. Alexandre também solicitou que o mandato continuasse com ele, já que, com a saída fora da janela partidária, o partido poderia pedir o mandato de volta, e o cargo iria para Morais. A direção do PT decidiu que não iria judicializar o caso e Bevenuto se manteve vereador.

“Não foi feita uma ampla divulgação junto ao partido para levar ao conhecimento do partido para que aquela reunião fosse realizada. Foi uma reunião que contou com quatro, cinco membros do diretório”, reclama Morais, que é ex-diretor da Penitenciária Mário Negócio.

“Eu esperava ter o apoio do partido. O mais interessado disso seria o próprio partido, porque perdeu uma cadeira na Câmara Municipal, perdeu o único que tinha”, afirma.

A reunião da executiva que acatou a desfiliação foi feita em dezembro e, segundo Márcio, ele só ficou sabendo da decisão em janeiro, após matéria da Agência SAIBA MAIS e grupos de mensagens. Na última sexta (3), o suplente encaminhou um ofício ao presidente municipal Agnaldo Fernandes em que solicitou cópias de documentos como ata da reunião, cópia do parecer da Comissão de Ética, edital ou ofício de convocação do encontro, dentre outros. A entrada na Justiça não está descartada.

“Eu conversei com o vice-presidente do partido, que também não foi comunicado dessa reunião, conversei com outros membros que também foram pegos de surpresa. Eu vou vou me reunir com as pessoas que me apoiaram em 2020, as pessoas que acreditaram no meu projeto de eleição, e vou fazer uma consulta. Se o meu grupo opinar por eu buscar isso na Justiça, eu vou”, afirma Márcio.

O vice-presidente do PT Apodi, Arimatéia Pinto, corrobora a versão.

“Eu não fui nem convocado para a reunião. Soube pela imprensa numa mensagem que mandaram para mim. Não foi convocado dentro do diretório, não chamou comitê de ética, foi só o grupo dele [Agnaldo]”, critica o dirigente.

Márcio Morais ao lado da governadora Fátima Bezerra | Foto: reprodução

Para Pinto, o mandato deve ficar com o PT.

“A gente quer que o mandato fique com o partido. Foi uma luta histórica para que o partido fizesse um vereador no município, com todas as batalhas que a gente sabe que tem em campanha”, afirma.

Presidente do PT Apodi diz que os filiados não participam das atividades e que decisão da Executiva foi coletiva, não individual

Já o presidente do diretório municipal do PT, Agnaldo Fernandes, rebateu as declarações dadas por Morais e Pinto e disse que os dois filiados não costumam participar das atividades promovidas pela sigla.

“Eles estão filiados pelo sistema, mas organicamente não participam do partido. Se despertaram somente para isso agora, mas a decisão é coletiva, não é unilateral”, defende Fernandes.

De acordo com o presidente, a saída de Bevenuto e a decisão por manter o mandato com o ex-filiado aconteceram de forma democrática. Fernandes afirma que seis pessoas da Executiva participaram da definição.

“Essa decisão não é da presidência do partido. É uma decisão da executiva, de todos os membros que estiveram presentes”.

A falta de convite para que o suplente participasse aconteceu, segundo o presidente, porque Márcio não integra a direção.

“Márcio não recebeu o convite até porque ele não é de executiva. Ele é membro da comissão de ética, e a comissão de ética analisa os casos punitivos”, afirma.

“Ele [Márcio], como filiado e suplente de vereador, pode requerer o mandato, isso não impede. A decisão da direção é essa, mas ele pode judicializar tentando requerer”, comenta Fernandes.

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