O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou nesta quart-feira (24/07) que não enviará mais observadores para acompanhar a eleição presidencial da Venezuela, que será realizada neste domingo (28/07). A decisão se deu depois de o presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) criticar o sistema eleitoral brasileiro.
“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito para acompanhar o pleito do próximo domingo”, disse a Corte Eleitoral em nota.
Em 17 de julho, o TSE anunciou que enviaria os funcionários Sandra Damiani e José de Melo Cruz, atendendo a pedido da Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. A prática é praxe em período eleitoral.
No comunicado dessa quarta-feira (24), a Corte voltou a defender que as urnas brasileiras são seguras e que nunca houve comprovação de “equívoco ou instabilidade em seu funcionamento”.
Sem citar diretamente o regime venezuelano, o Tribunal brasileiro também afirmou que se compromete para que os eleitores tenham “pleno respeito a sua liberdade de escolha na representação política”.
“Na democracia brasileira, o voto do eleitor é livre e garantido democraticamente por um processo transparente, de lisura e excelência comprovada, o que assegura a confiança do brasileiro no sistema adotado“, disse.
ENTENDA O CASON
Na terça-feira (23/07), Maduro afirmou que o sistema de votos do Brasil é “inauditável”. Segundo ele, a Venezuela tem “o melhor sistema eleitoral do mundo”, com 16 auditorias.
“Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam um único registro”, disse em comício.