Os sindicatos que representam os peritos oficiais e os servidores da Polícia Científica do Rio Grande do Norte divulgaram, nessa terça-feira (2), uma nota de repúdio contra declarações feitas pela defesa no âmbito do Caso Zaira Cruz, cujo desfecho jurídico segue em grande repercussão no estado. A manifestação conjunta é assinada pelo Sindicato dos Peritos Oficiais do RN (Sindperitos-RN) e pelo Sindicato dos Servidores da Polícia Científica do RN (Sindpci-RN).
Segundo o documento, as falas da defesa — proferidas após o abandono do primeiro júri e reiteradas em entrevistas a veículos de comunicação — teriam colocado em dúvida, “de forma genérica e acrítica”, a credibilidade dos laudos oficiais, bem como a atuação dos peritos responsáveis pelo caso.
Declarações da defesa geraram reação da categoria
A nota destaca que, em coletiva de imprensa, a defesa afirmou que “o principal erro é pericial”. Em outra entrevista, declarou ainda que “o equívoco da perícia inicial oficial […] não aconteceu”, além de afirmar que problemas estruturais do órgão seriam “conhecidos de todos” e que os profissionais envolvidos seriam “peritos jovens, talvez na primeira perícia desse tipo”.
Para os sindicatos, essas afirmações “põem em xeque os laudos oficiais produzidos pelo órgão técnico” e representam ataques considerados “desonrosos e desleais” à categoria.
Perícia oficial é pilar da Justiça, afirmam sindicatos
No texto, as entidades defendem a atuação técnico-científica da perícia oficial, ressaltando que os profissionais são submetidos a protocolos éticos e legais rigorosos. Elas criticam o uso de argumentos sem embasamento técnico, afirmando que ataques generalizados podem gerar descrédito público e fragilizar a confiança na produção da prova pericial.
Os sindicatos argumentam que contestar laudos é parte legítima do processo penal, mas deve ocorrer com base em pareceres técnicos concretos, e não em retórica.
Rejeição às críticas generalizadas e defesa institucional
A nota também rejeita a generalização sobre supostos “problemas estruturais” da perícia, considerando tais argumentos inadequados para questionar a qualidade dos laudos. As entidades afirmam que, mesmo diante de limitações, a perícia do RN mantém “excelência técnica reconhecida judicial e nacionalmente”.
As lideranças sindicais ressaltam que ataques infundados agravam o cenário de pressão vivenciado pelos profissionais, que já enfrentariam críticas recorrentes.
Entidades reafirmam dignidade dos peritos e convidam ao debate técnico
Ao final, os sindicatos prestam solidariedade aos peritos que atuaram no caso e reforçam a importância da perícia oficial na busca pela verdade, pelos direitos das vítimas e pela correta aplicação da Justiça.
Eles também convidam a defesa e demais atores do processo a manterem um debate embasado, “com respeito aos peritos e à instituição”, reiterando o compromisso da categoria com a imparcialidade e a ética.
A nota é assinada pelo presidente do Sindperitos-RN, Matheus Carlos Barbosa Leal de Sousa Fé, e pela coordenadora-geral do Sindpci-RN, Adelma Timotio Silva Cabral Pinheiro.
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