O ex-senador Garibaldi Alves Filho foi um dos ex-presidentes do Senado Federal homenageados durante a cerimônia que abre as celebrações pelos 200 anos daquela Casa Legislativa. A cerimônia ocorreu nessa terça-feira (5/03), em Brasília.
O governador em exercício do Rio Grande do Norte, Walter Alves, que está na capital federal para reuniões em ministérios, participou da homenagem a seu pai. O ex-senador também foi acompanhado por sua esposa, Denise Alves.
Garibaldi Alves Filho foi o único potiguar eleito para presidir o Senado Federal em seus 200 anos de história. Ele esteve à frente da Casa de 2007 a 2009.
Pelo fato de ter sido presidente da Casa, ele recebeu uma medalha dourada confeccionada especialmente para celebrar os dois centenários de existência da chamada “Câmara Alta” do Legislativo brasileiro.
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“É uma honra e uma emoção muito grande receber essa homenagem porque no Senado Federal, eu enfrentei os maiores desafios da minha vida pública. Em um desses episódios, por exemplo, eu fui o primeiro senador a devolver uma MP do Executivo, fato que despertou muito interesse e representou a independência da Casa”, disse Garibaldi Filho.
O ex-presidente do Congresso lembrou ainda que viveu, como senador, momentos importantes da história política do Brasil e foi testemunha ocular desses acontecimentos, como o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
Em quantidade limitada, as medalhas entregues nesta terça-feira a senadores e ex-presidente do Senado — feitas pela Casa da Moeda — foram concedidas como forma de agradecimento e reconhecimento pelo apoio à atividade legislativa e política.
O lançamento das medalhas é parte das comemorações do bicentenário do Senado — criado em 25 de março de 1824, quando foi outorgada a primeira Constituição do Brasil.
Durante o lançamento, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que logo após a criação da Casa, pela primeira vez, brasileiros puderam tomar as decisões em nome de um país independente.
Ao longo dos seus 200 anos de história, lembrou Pacheco, o Congresso Nacional foi dissolvido e fechado, e parlamentares tiveram seus mandatos cassados. Também houve momentos mais recentes de ataque à democracia, como o 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas.
Homenageados
Além de Garibaldi Alves Filho, também foram homenageados com as medalhas confeccionadas em vermeil (prata dourada) os ex-presidentes Mauro Benevides (1991 a 1993), Tião Viana (2001), Edison Lobão (2001) e Eunício Oliveira (2017 a 2019).
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Também receberam a medalha na condição de ex-presidentes da Casa os atuais senadores Jader Barbalho (MDB-PA), que presidiu o Senado em 2001; Renan Calheiros (MDB-AL), que ocupou a presidência entre 2005 e 2007 e entre 2013 e 2017; e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado entre 2019 e 2021.
A deputada federal Roseana Sarney (MDB-MA) recebeu a medalha em nome do pai, o ex-senador e ex-presidente da República José Sarney, que presidiu o Senado de 1995 a 1997, de 2003 a 2005 e de 2009 a 2013.
Ao falar em nome de todos os ex-presidentes homenageados, o senador Jader Barbalho fez uma homenagem a Sarney, que, na sua visão, atuou à frente da Casa em um momento difícil de transição política do país, após a ditadura. Para Jader Barbalho, um país, para ter cidadania, precisa cultivar sua história, e a história do Senado, nestes 200 anos, se confunde com a história do Brasil.
Medalhas
Com tiragem limitada, as medalhas do bicentenário do Senado têm numeração no bordo e possuem certificado de autenticidade fornecido pela Casa da Moeda do Brasil. Ao todo, foram produzidas 120 medalhas de prata dourada, 120 de prata e 400 de bronze. Cem das medalhas de bronze serão colocadas à venda a preço de custo. A data de início da venda ainda não foi definida.
A série tem como tema “As Casas do Senado”. São três modelos diferentes, cada um deles retratando uma das sedes ocupadas pela instituição ao longo de sua história. A versão em vermeil, recebida pelos senadores e ex-presidentes, retrata a sede atual, o Palácio do Congresso Nacional, em Brasília.
A medalha feita de prata traz a fachada do Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, que foi sede do Senado entre 1925 a 1960. E a medalha feita de bronze traz o Palácio Conde dos Arcos, também no Rio de Janeiro, ocupado pelo Senado entre 1826 e 1925.
As fachadas são retratadas no anverso das medalhas. No lado reverso, o desenho traz elementos modernistas, característicos da arquitetura da atual Casa, com a inscrição “200 anos do Senado”. O projeto artístico foi desenvolvido por Glória Dias e a modelagem por Fernanda Costa e Érika Takeyama, da equipe da Casa da Moeda do Brasil (CMB), que cunhou todas as medalhas.
Durante a cerimônia, os cunhos usados para a produção das medalhas foram descaracterizados, como ato simbólico para assegurar a limitação da tiragem.