Na noite dessa terça-feira (28/02), a Prefeitura de Mossoró realizou um evento grandioso para apresentar as novidades do Mossoró Cidade Junina deste ano. Do ponto de vista do planejamento estratégico e de mobilização midiática, foi um sucesso, garantida pela estabilidade do Prefeito Allyson na opinião pública e consolidação do evento junino. O clima de festa do MCJ foi quebrado por protestos dos servidores municipais da educação mossoroense que estão em greve. O único momento em que a movimentação chegou a atrapalhar foi quando o Prefeito concedia entrevista coletiva na entrada do Teatro municipal e os professores entraram. Depois disso, tudo correu confirme script.
Os trabalhadores estão numa batalha com o executivo em busca do percentual de 14,95% referente ao piso do magistério, indicado anualmente por meio de portaria do Governo Federal. A greve em Mossoró foi deflagrada dia 23 de fevereiro. Esta luta se repete ano após ano e o pagamento sempre tem esbarrado nas limitações financeiras do município de Mossoró. Os impactos econômicos da implementação do piso para ano ainda serão repassados ao sindicato numa audiência marcada com secretarias da área de finanças para esta quarta-feira, dia 1° de março às 15h no centro administrativo. Nenhum número foi colocado ainda e o executivo tem demonstrado que o reajuste pode comprometer o orçamento em curso. O percentual do ano passado ainda está sendo pago, diga-se.
A força do sindicato e principalmente dos servidores da educação foi demonstrada no protesto dessa terça e não é a toa que é uma das categorias que têm mais capacidade de pressionar a Prefeitura e talvez a única que consegue em Mossoró se mobilizar sindical e politicamente. O objetivo da movimentação foi atingido e a mensagem repassada na máxima “negocia prefeito”. Allyson deverá partir para o tudo ou nada assim como o Sindiserpum e seus membros.
O estica e puxa desta questão não pode demorar para a devida solução. Pagando ou não (a negativa também é possibilidade real) é preciso uma definição urgente, visto que num balanço recente dos primeiros dias, revelou que mais de 7 mil estudantes estão sem aula devido a greve de professores em Mossoró. Esta não é apenas uma questão de direitos dos trabalhadores que devem ser cumpridos (com ou sem negociação), mas de famílias que precisam educar(!) e alimentar seus filhos. Em inúmeros casos a merenda escolar é de subsistência para as crianças da rede municipal de ensino. Além disso muitos pais e mães ao deixar os pequenos nas escolas buscam simplesmente trabalhar. Os professores(as) também precisam da valorização financeira e condições de trabalho com risco de ter o passado batendo novamente onde os seus salários eram os menores entre todos do serviço público.
Para além do que foi dito e do que será falado sobre este assunto, existe um entendimento em comum tanto da Prefeitura quanto dos professores: a greve não pode ser prolongada ao risco de termos novamente estagnada a educação tão prejudicada na pandemia.