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quinta-feira, 2 de maio, 2024
Por Vonúvio Praxedes
quinta-feira; 2 maio - 2024

Líder bolsonarista, Roberto Jefferson reage à PF com tiros de fuzil e é preso

A ordem de retorno ao regime fechado partiu do ministro Alexandre de Moraes após o político desrespeitar seguidamente regras do regime domiciliar

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Via Canal Meio com informações de vários veículos de comunicação.

O presidente afastado do PTB, Roberto Jefferson, voltou ontem à prisão em regime fechado após resistir por oito horas a uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e atacar uma equipe da Polícia Federal com tiros de fuzil e pelo menos duas granadas. A agressão aconteceu na porta da casa dele, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio. Dois agentes foram feridos por estilhaços e levados para um hospital da região e passam bem. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jefferson cumpria prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito. A ordem de retorno ao regime fechado partiu do ministro Alexandre de Moraes após o político desrespeitar seguidamente regras do regime domiciliar. Entre outras restrições, ele não podia ter armas, participar de atividades políticas ou usar redes sociais. Porém, no sábado, Jefferson publicou um vídeo com ofensas pesadas à ministra do STF e do TSE Cármen Lúcia. A violência não ficou restrita ao preso. Apoiadores dele e de Bolsonaro foram para a porta da casa de Jefferson, onde agrediram o cinegrafista Rogério de Paula, da InterTV, afiliada da TV Globo. Ele foi esmurrado e bateu com a cabeça ao cair no chão. A PM abordou os agressores, mas os liberou. (g1)

Viatura da PF atingida por tiros disparados por Roberto Jefferson/ Metrópoles

Bolsonaro reagiu incialmente em duas frentes. Criticou Moraes e o inquérito dos atos antidemocráticos, mas condenou a reação armada do aliado e mandou o ministro da Justiça, Anderson Torres, negociar pessoalmente a rendição dele – Torres acabou ficando em Juiz de Fora (MG) e acompanhando o caso à distância. Bolsonaro, porém, voltou a mentir, negando que houvesse fotos suas com o presidente afastado do PTB. Elas existem e foram compartilhadas nas redes sociais. No início da noite, endureceu o discurso e, em vídeo, disse que “quem atira em polícia é criminoso”. (UOL)

A jornalista Malu Gaspar pôs as mãos num vídeo que mostra o momento da negociação de Jefferson com um policial federal. “O agente chega a dizer no início da conversa que ‘o que o senhor precisar a gente vai fazer’ e responde que ‘os meninos estão bem’. Jefferson, então, continua o relato. ‘Eu falei, vocês não têm como me libertar. Vocês não estão armados. Todo mundo sem colete. De peito nu.’” Segundo Malu, após conversar com quem tem experiência em negociações, o comportamento do responsável pela conversa é incomum para este tipo de situação. (Globo)

O ordem dentro da campanha de Bolsonaro é se distanciar ao máximo do incidente, conta Guilherme Amado. Há o temor de que a violência de Jefferson seja percebida como um sinal de agressividade inerente ao bolsonarismo. (Metrópoles)

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, em entrevista a youtubers, o envio do ministro da Justiça para negociar com Jefferson. “Para proteger quem? Um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a Polícia Federal, que cumpria um mandado de um juiz. É um absurdo”, afirmou, indagando: “Essa gente quer construir a democracia no nosso país ou a barbárie?” (Metrópoles)

O desenlace da prisão de Roberto Jefferson provocou revolta na Polícia Federal. Em grupos de mensagens, delegados reclamavam da demora em prendê-lo e do privilégio de negociar a rendição com o ministro da Justiça após tentar matar agentes. “É a desmoralização da PF”, escreveu um deles. (Globo)

RN

Violência política também no Rio Grande do Norte. Motociclistas atiraram contra uma carreata em apoio a Lula feita pela governadora Fátima Bezerra (PT) em Macaíba, na região metropolitana de Natal. Ninguém se feriu. (CNN Brasil)

Alvaro Gribel: “De uma só vez, Jefferson demonstrou toda a truculência da extrema-direita brasileira, representada por Bolsonaro, legitimou – ou pelo menos reforçou – as decisões tomadas por Moraes, que vinham sendo fortemente criticadas nos últimos meses e dias, e colocou o atual presidente no meio de uma pauta extremamente negativa no noticiário.” (Globo)

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