A greve dos servidores do INSS no Rio Grande do Norte completa um mês neste sábado (23/04). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho do RN (Sindprevs-RN), mais de 80% da categoria já aderiu à paralisação que segue por tempo indeterminado.
Os trabalhadores pedem a reposição salarial de 19,9%, a realização urgente de concurso público e a implantação de jornada de 30 horas para todos os servidores.
Os atendimentos presenciais estão suspensos em quase todas as agências do estado e uma agenda com atos e mobilizações tem sido executada pelos servidores.
“O desrespeito do governo não é somente com nós, servidores, mas com toda a população que depende e precisa dos serviços do INSS. Não se trata de uma luta isolada, estamos tentando salvar a Previdência Social, cuja sobrevivência está ameaçada pelas práticas do Executivo”, conta Cícero Nogueira, diretor de comunicação do Sindprevs-RN.
Em meio ao impasse, o prejuízo fica com quem está dependendo de dados e do serviço da Previdência Social neste período. É o caso da dentista Letícia Batista, que foi mãe há pouco mais de um mês e não consegue ter resposta sobre a licença maternidade.
“Minha situação no INSS ainda está em análise. Entrei com a solicitação assim que minha filha nasceu, com todos os documentos, mas até agora nada”, falou. “Eu esperava que fosse demorar, no INSS as coisas não são tão ágeis, mas estou na esperança que saia logo”, completou.
A situação é ainda mais complicada para dona Maria Erenita de Medeiros e seu Paulo Pedro da Silva, do Povoado Juazeiro, no município de Parelhas. Por causa de uma troca de nomes, Paulo – que faz tratamento contra um câncer de próstata – está sem receber a aposentadoria.
“Depois que o irmão gêmeo dele morreu, em 2020, a gente passou sete meses sem receber a aposentadoria. Em novembro, voltou o dinheiro. Agora, em abril, o dinheiro está no banco, mas está bloqueado. Fui ao INSS e eles pediram para esperar, mas está tudo certo com a documentação, com a certidão de óbito do irmão dele. A gente está com dificuldade, com conta na farmácia, com feira, papel de água atrasada, alimentação dele”, lamentou.
Os servidores do RN aprovaram a greve em assembleia colegiada no dia 23 de março, em ação articulada com outros estados do Brasil.
Os beneficiários que deixarem de ser atendidos devido à greve devem usar o aplicativo Meu INSS para remarcarem os procedimentos para uma nova data.
Via G1