Via Folha de S.Paulo/ Natália Cancian – Renato Machado
Após voltar de reunião no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta segunda-feira (6/04) que ficará no cargo, após as especulações de que seria demitido pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Nós vamos continuar, porque continuamos, vamos continuar enfrentando o nosso inimigo, que tem nome e sobrenome, o Covid-19”, disse, em entrevista coletiva no ministério. “Temos uma sociedade para lutar e proteger, médico não abandona paciente e não vou abandonar.”
O ministro afirmou que a semana de trabalho começou com mais um “solavanco” e que espera “ter paz pra poder conduzir”.
“Hoje foi um dia que rendeu muito pouco o trabalho do ministério”, brincou. “Teve gente limpando gaveta, pegando as coisas. Até as minhas gavetas.”
A declaração ocorreu horas após vir à tona a informação de que Bolsonaro avaliava demitir o ministro. Mandetta não citou em nenhum momento o nome do presidente.
Ao chegar, o ministro recebeu aplausos e agradeceu a equipe, que o esperava para ouvir sua fala. Durante a entrevista, esteve ao lado de cinco secretários da pasta.
“Não é hora de aplaudir ninguém, não terminou nada”, respondeu. “É o que já falei: lavoro, lavoro, lavoro”, citando a palavra trabalho em italiano.
Mandetta afirmou que a reunião no Palácio do Planalto foi produtiva para aumentar a união entre diferentes partes do governo. Novamente sem citar o presidente, ele pediu um bom ambiente para trabalhar.
“A única coisa que pedimos é que tenhamos o melhor ambiente para trabalhar aqui no Ministério da Saúde. Entendo que a reunião foi muito produtiva, foi muito boa. Acho que o governo se reposiciona, no sentido de ter mais união, de ter mais foco, de todos unidos em direção a esse problema.”
Em um recado ao governo, Mandetta disse ainda que a pasta está aberta a sugestões e críticas, mas que há dificuldades quando elas “não vêm para construir”.
“Não preciso traduzir, vocês todos sabem que tem sido uma constante o ministério adotar uma determinada linha e termos muitas vezes que voltar e fazer contrapontos para podermos reorganizar. A equipe fica numa situação de angústia”, disse.
Mandetta afirmou que a equipe deverá continuar a trabalhar “até quando formos nominados, ou até quando o presidente entender. Estamos aqui para ajudar. Mesmo que venha outra equipe, estamos aqui para ajudar”.