A pesquisa TCM/TSDois divulgada nesta semana sobre as eleições de 2026 no Rio Grande do Norte trouxe um amplo panorama do cenário político estadual, medindo desde a aprovação dos governos Fátima Bezerra e Lula até as intenções de voto para os cargos de deputado estadual, federal, Senado e Governo do Estado.
A análise foi apresentada no programa Cenário Político da TCM, com a participação do sócio-fundador da TSDois Pesquisas, Erison Natécio, que destacou o caráter estratégico do levantamento para os pré-candidatos.
Erison explicou que o levantamento de outubro é a segunda pesquisa da série TCM/TSDois, iniciada em julho e que terá uma terceira rodada em dezembro.
“A ideia é criar uma série histórica que mostre como o eleitor se movimenta diante de fatos relevantes ou da ausência deles”, destacou.
Segundo o pesquisador, a análise comparativa entre os levantamentos permitirá entender como as campanhas estão moldando o comportamento do eleitor até o pleito de 2026.
Assista ao programa na íntegra:
Mapa interativo mostra forças regionais
Um dos diferenciais da pesquisa é o mapa interativo do Rio Grande do Norte, disponível no portal tcmnoticia.com.br, que permite ao eleitor visualizar os redutos eleitorais de cada pré-candidato.
Na microrregião de Mossoró, por exemplo, Coronel Azevedo e Isolda Dantas aparecem entre os mais citados para deputado estadual, ao lado de Dr. Bernardo e Neilton Diógenes. Já na região de Apodi e Caraúbas, Neilton lidera com 9,6%, seguido de Allan Silveira, ex-prefeito de Apodi.
“Cada candidato tem seu território de influência, mas dificilmente vence isolado. O território é base, não limite”, analisou Erison.
Cenário proporcional: deputados estaduais e federais
A disputa proporcional ainda apresenta grande indefinição, típica do momento pré-eleitoral.
Para deputado federal, Natália Bonavides e General Girão aparecem entre os mais lembrados, seguidos de Robinson Faria, Tabata Pimenta e Juninho Alves.
Na região de Caraúbas, Juninho aparece com 11,5%, e na Serra de São Miguel, Galeno Torquato lidera com 13,9%.
“É natural que nomes com mandato se destaquem por terem maior visibilidade e atuação direta com o eleitor”, pontuou Erison.
Veja pesquisa completa e faça sua análise
Pesquisas como bússola de campanha
Questionado sobre o papel das pesquisas na definição de estratégias eleitorais, o especialista foi direto:
“Ganhar uma eleição com pesquisa é difícil; sem pesquisa é mais difícil ainda. Contra a pesquisa é impossível.”
Ele afirmou que os levantamentos quantitativos e qualitativos funcionam como instrumentos de aferição de desempenho, permitindo que pré-candidatos identifiquem seus pontos fortes e fracos em cada região e ajustem suas ações.
Corrida ao Senado: Carlos Eduardo muda o jogo
Um dos dados mais comentados da pesquisa foi o movimento na corrida ao Senado.
Enquanto Stevenson Valentim segue na liderança, Carlos Eduardo — ex-prefeito de Natal — aparece pela primeira vez e já altera o equilíbrio do quadro.
“Carlos Eduardo é o fato novo. Sua entrada no tabuleiro afeta diretamente Álvaro Dias na Grande Natal”, explicou Erison.
Na comparação entre julho e outubro, Álvaro caiu de 15% para 10%, enquanto Carlos Eduardo já surge com 10,6%. Fátima Bezerra e Zenaide Maia aparecem logo atrás de Stevenson.
Governo do Estado: Allyson Bezerra mantém liderança
Para o Governo do Estado, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), lidera em todos os cenários e regiões.
No Oeste potiguar, Allyson alcança 56,8%, seguido por Carlos Eduardo Xavier (11,3%) e Rogério Marinho (10,5%).
“A diferença é muito expressiva. Alisson tem capilaridade e vem crescendo fora da região de origem”, observou Erison.
O analista também destacou que Rogério Marinho segue forte com sua base bolsonarista e que Cadu Xavier se beneficia das agendas positivas do Governo do Estado.
Polarização e interiorização
A pesquisa também revelou altos índices de rejeição justamente entre os dois polos ideológicos do estado: Rogério Marinho (direita) e Cadu Xavier (PT).
“Eles se rejeitam mutuamente, o que indica a possibilidade de uma disputa polarizada, embora o RN possa seguir um caminho distinto do cenário nacional”, avaliou.
Segundo Erison, o embate de 2026 pode não se restringir à direita e esquerda, mas também representar um confronto entre interior e capital.
Com 1.831 entrevistas em 68 municípios entre os dias 21 e 24 de outubro, margem de erro de 2,3 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, a pesquisa TCM/TSDois consolida-se como um dos principais termômetros políticos do estado.
“O eleitor está se movimentando, e o tabuleiro político começa a se desenhar. As próximas pesquisas vão mostrar quem conseguirá transformar influência regional em força eleitoral”, concluiu Erison Natécio.

 
                                    



