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quarta-feira, 8 de outubro, 2025
Por Vonúvio Praxedes
quarta-feira; 8 outubro - 2025

Walter Alves: o vice que será governador, mas não candidato

Vice-governador pediu que seu nome seja retirado das pesquisas

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A entrevista concedida por Walter Alves (MDB) ao Agora RN confirma o que já vinha sendo dito nos bastidores: o vice-governador quer ser lembrado como gestor, não como postulante. Ao cravar que assumirá o Governo do Estado em abril de 2026, quando Fátima Bezerra deve se afastar para disputar o Senado, e que permanecerá até dezembro sem buscar reeleição, Walter tenta afastar de vez as especulações eleitorais e consolidar uma imagem de liderança administrativa e partidária.

A decisão de não concorrer à reeleição não é apenas pessoal, é também estratégica. Walter entende que o MDB, sob sua condução e com o reforço de nomes como Ezequiel Ferreira, precisa se reestruturar para voltar a ter peso no Legislativo estadual e federal. Ele mira em uma nominata robusta, capaz de eleger ao menos dez deputados estaduais e dois federais, fortalecendo o partido para as disputas futuras. É um movimento que revela maturidade política e leitura de contexto: em vez de se lançar ao desgaste de uma disputa majoritária incerta, prefere fortalecer as bases.

Outro ponto relevante é o papel de Walter como articulador entre o governo Fátima e o Governo Federal. O vice-governador vem atuando em Brasília para garantir recursos e investimentos, sobretudo através de ministros do MDB. Cita nominalmente obras estruturantes, como a duplicação da BR-304 e o avanço em programas como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC. Sua fala reforça que a aliança PT–MDB é funcional, rendendo frutos concretos ao Rio Grande do Norte.

Walter também expõe um gesto de respeito político raro: revela que o próprio presidente Lula o convidou para ser candidato ao Governo em 2026, convite que recusou. Ao abrir mão da possibilidade de protagonismo eleitoral, ele demonstra lealdade à governadora e mantém o alinhamento do MDB à base governista. É um gesto que, embora o retire da corrida, o posiciona como figura de equilíbrio, o tipo de liderança que a política potiguar ainda valoriza.

Walter Alves escolheu o caminho da construção institucional, não da ambição imediata. Ao priorizar o fortalecimento partidário e a gestão de transição, o vice-governador busca herdar o legado administrativo do pai, Garibaldi Alves, e recolocar o MDB no centro do tabuleiro político potiguar. Mesmo sem pedir voto, sua movimentação terá impacto direto no pleito de 2026, e possivelmente, nos rumos do governo que o sucederá.

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