Em 2019, os integrantes do Nordeste ficaram de fora da lista das dez unidades federativas mais competitivas do Brasil no Ranking de Competitividade dos Estados, ferramenta do CLP – Liderança Pública. A ferramenta foi desenvolvida para fornecer diagnósticos sobre avanços e desafios registrados em 69 indicadores de dez áreas-chave da administração pública: Sustentabilidade Ambiental, Capital Humano, Educação, Eficiência da Máquina Pública, Infraestrutura, Inovação, Potencial de Mercado, Solidez Fiscal, Segurança Pública e Sustentabilidade Social.
No novo levantamento, o estado da Paraíba caiu duas posições, saindo do 9º para o 11º. O mesmo aconteceu com o Piauí, que saiu do 21º lugar para o 23º. Enquanto isso, Ceará e Maranhão se mantiveram em 12º e 26º, respectivamente; e os estados do Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe conseguiram melhorar suas posições.
Um dos pontos que chama atenção no grupo de estados é o pilar de Sustentabilidade Ambiental. Entre os estados da região com pior desempenho nesse pilar está o Maranhão, que ocupa o 26º lugar; Pernambuco e Ceará caíram no pilar, e Sergipe se manteve estável, enquanto outros estados da região como Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte apresentaram melhora em sua performance
O pilar de Sustentabilidade Ambiental é composto por indicadores como Emissões de CO² (dióxido de carbono), Serviços Urbanos, Destinação do Lixo, Tratamento de Esgoto e Perda de Água. Para fazer essa avaliação, o CLP – Liderança Pública utiliza informações do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do SEEG (Sistema Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima e do IBGE.
Confira os destaques de cada estado do Nordeste:
Alagoas
O Estado com melhor desempenho da Região Nordeste no pilar de Solidez Fiscal, e o segundo nos de Capital Humano e Inovação, Alagoas se destaca positivamente nos indicadores de Capacidade de Investimento, Gasto com Pessoal, Resultado Nominal, Custo de Mão de Obra e Bolsa de Mestrado e Doutorado. Por outro lado, os trabalhadores de Alagoas apresentam baixa produtividade além de o estado investir poucos recursos em P&D.
Outro ponto interessante a ser destacado no estado é a melhora no pilar de Segurança Pública(Alagoas saiu da 18° posição em 2018 para a 12° em 2019) além de também ter incrementado sua performance no pilar de Sustentabilidade Social que mede o desenvolvimento social do estado. Nesse pilar, Alagoas saiu da 22° posição em 2018 para a 16° em 2019.
Bahia
O Estado foi o que apresentou a maior variação positiva, em termos regionais, no pilar de Sustentabilidade Ambiental, saindo do 19º lugar em 2018 para o 11º neste ano. O destaque negativo fica por conta do pilar Inovação. Além de ter o segundo pior desempenho do Brasil nesse pilar, o Estado foi o que mais caiu em relação ao ranking divulgado no ano passado pelo CLP – Liderança. A Bahia caiu 12 posições e foi parar na 26º posição. A organização entende que todos os líderes locais precisam se esforçar para melhorar a Inovação em seus estados. Esse pilar é peça-chave para o crescimento e o desenvolvimento econômico de longo prazo.
Ceará
O Ceará é o estado mais competitivo da Região Nordeste nos pilares de Educação e Eficiência da Máquina Pública, e o segundo no de Solidez Fiscal. A performance em Infraestrutura também é boa.O esforço dos líderes cearenses nos últimos anos também faz o CLP – Liderança destacar positivamente o desempenho do estado nos indicadores de Avaliação da Educação, Taxa de atendimento do ensino infantil, Índice de Oportunidade da Educação, Capacidade de Investimento, Gasto com Pessoal, Custo da Energia Elétrica, Qualidade do Serviço de Telecomunicações e Custo de Saneamento Básico.
Maranhão
Além de ser o Estado menos competitivo do Nordeste, o Maranhão também é o segundo pior no ranking nacional do CLP – Liderança e permanece no 26º lugar. De 2015 para cá, o estado perdeu seis posições. Em termos de Sustentabilidade Ambiental, Maranhão apresentou má performance nos indicadores de Emissões de CO², Tratamento de Esgoto e também tem má performance no indicador Perda de Água. É pior Estado do Brasil em Inovação.
Destaca-se no Maranhão seu desempenho no pilar de Segurança Pública. Desde 2017 o estado melhorou 7 posições nesse pilar, ocupando em 2019 a 8° posição.
Paraíba
Após perder duas posições na classificação geral, a Paraíba está em 11º lugar no Ranking de Competitividade dos Estados, mas se mantém com a melhor classificação de todo o Nordeste. A unidade federativa vem acumulando quedas no pilar Potencial de Mercado. Em 2015, ocupava a 4ª colocação e hoje está na 24ª. Este pilar é composto por indicadores como Potencial de Mercado, Tamanho de Crescimento e Crescimento Potencial da Força de Trabalho. Para fazer a análise, o CLP – Liderança utiliza informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os destaques positivos do Estado estão nos pilares de Inovação (7° lugar), Segurança Pública (4° lugar) e Solidez Fiscal(7° lugar). Nesses pilares Paraíba performa bem tanto regionalmente quanto nacionalmente.
Pernambuco
O Estado voltou a ganhar Potencial de Mercado, saindo da 26ª colocação para a 22ª, mesma que ocupava no ranking divulgado em 2017. A melhoria nesse pilar influenciou no ranking geral, mesmo assim Pernambuco ocupa a 17ª posição em relação a todos os outros estados do Brasil.
Destaca-se em Pernambuco o pilar de Infraestrutura no qual o estado saiu do 12º para o 6º lugar em 2019.O CLP – Liderança usa dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), da CNT (Confederação Nacional de Transportes), da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e do IBGE para classificar a Infraestrutura dos estados.
Como ponto negativo destaca-se a grande queda de Pernambuco no pilar de Solidez Fiscal(no qual o estado saiu da 8° posição em 2018 para a 23° em 2019). Bom ressaltar que o equilíbrio das contas estaduais é condição essencial para que o governo estadual provenha serviços de qualidade para seus habitantes.
Piauí
Desde 2017 o Estado cresce no pilar Potencial de Mercado. Neste intervalo de tempo, o Piauí ganhou 11 posições e se encontra, em 2019, na 13ª posição do pilar em relação aos outros estados do país. Mostrou uma tímida melhoria em Sustentabilidade Ambiental, suficiente apenas para tirar a unidade federativa da última colocação em 2018 para a 24ª no Ranking de Competitividade deste ano. A Eficiência da Máquina Pública não mostrou sinal de melhora, fazendo o estado ficar na 24° colocação, mesmo resultado registrado em 2016 e no ano passado. Para compor este pilar, o CLP – Liderança avalia a Eficiência do Judiciário, os custos do Executivo, do Legislativo e da Justiça, além do Índice de Transparência apresentado à CGU (Controladoria Geral da União)
Rio Grande do Norte
O Rio Grande do Norte foi um dos quatro estados do Nordeste que subiu na classificação geral e hoje ocupa o 15º lugar no Ranking de Competitividade do CLP – Liderança. Dos dez pilares, o estado apresentou melhora em cinco deles, com destaque para Solidez Fiscal, (subiu 14 posições), Eficiência da Máquina Pública(subiu 10 posições) e Segurança Pública(subiu 4 posições)
Sergipe
Mesmo ocupando a 22ª colocação geral, a situação de Sergipe é melhor do que em 2017, quando era o lanterna no Ranking de Competitividade dos Estados. Já no pilar Potencial de Mercado, a unidade federativa ocupa a penúltima posição.O levantamento do CLP – Liderança também aponta o Estado como um dos mais perigosos do Brasil. Sergipe perdeu três posições em Segurança Pública no ano passado e está na 25ª posição deste pilar, avaliado a partir de dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), Fórum Brasileiro de Segurança Pública e informações do SUS (Sistema Único de Saúde). Além disso, os órgãos de segurança de Sergipe são uns dos mais mal avaliados em termos de Qualidade de Informação de Criminalidade de todo o Brasil.
Destaca-se no estado sua performance no pilar de Solidez Fiscal, no qual Sergipe teve melhora de 6 posições, ocupando a 13° posição na edição 2019 do Ranking.
Sobre o ranking
O Ranking de Competitividade dos Estados é uma das principais ferramentas de avaliação da gestão pública do Brasil e busca pautar a atuação de líderes públicos em dez áreas-chave (Sustentabilidade Ambiental, Capital Humano, Educação, Eficiência da Máquina Pública, Infraestrutura, Inovação, Potencial de Mercado, Solidez Fiscal, Segurança Pública e Sustentabilidade Social). Disponível numa plataforma online, o ranking traz um diagnóstico completo das performances estaduais em 69 indicadores distribuídos pelas áreas-chave.
Sobre o CLP
O CLP – Liderança Pública é uma organização sem fins lucrativos e suprapartidária que engaja a sociedade e desenvolve líderes públicos para enfrentar os principais problemas do Brasil. Focado no desenvolvimento de lideranças e na aprovação de mudanças estruturais para o desenvolvimento do país, o CLP atua com diversos setores buscando transformar o Brasil em articulação com a sociedade.