Via Poder 360
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, anunciou, nessa quarta-feira 17/04, aumento de R$ 0,10 no preço médio do litro do diesel repassado às refinarias.
As declarações foram concedidas em entrevista à imprensa convocada pela petrolífera.
De acordo com o executivo, o reajuste representa uma variação mínima de 4,5% e máxima de 5,1%. A variação média ficou em 4,84%. Na prática, o preço médio do litro do diesel, atualmente administrado em R$ 2,1432, passará, a partir de 5ª feira (18.abr), a custar R$ 2,247.
Segundo o dirigente da estatal, o aumento anunciado nesta 4ª –menor que o reajuste médio previsto na semana passada (5,74%)– veio “porque o frete marítimo caiu” e a petrolífera ganhou “com operação de hedge“.
“Continuamos a observar, rigorosamente, a paridade dos preços internacionais e vai continuar assim”,pontuou. Segundo Castello Branco, a empresa teve “perda zero” com a suspensão do reajuste do diesel desde a última 5ª feira (11.abr).
Ainda de acordo com o presidente da estatal, “não existe caixa-preta na Petrobras“. “Começamos a mudar a forma de expressar o aumento (em reais) em nome da transparência“, disse.
Na visão do executivo, o imbróglio envolvendo a interferência do Planalto na política de preços da estatal teve 1 desfecho satisfatório.
“O episódio teve final feliz, porque confirmou a autonomia da Petrobras e obteve o apoio do governo para a quebra do monopólio das refinarias“.
Em relação à periodicidade de reajuste da política de preços, Castello Branco afirmou estar ‘mantida’. “Não vamos fazer reajuste diários, sou contrário à essa política”, analisou.
Atualmente, a estatal determina que os reajustes sejam feitos em 1 período mínimo não inferior a 15 dias. “A palavra final é minha”, disse.
Durante a entrevista, Castello Branco também abordou, de acordo com pesquisa da estatal, que o preço médio do diesel repassado ao consumidor, no país, é 13% menor que a média global.
CONCORRÊNCIA NO SETOR
Na visão do presidente da Petrobras, deve haver a abertura do mercado de combustíveis no país. “O monopólio é incompatível com a sociedade livre. Não é bom para economia e nem para o monopolista. Queremos competição, quero a Petrobras mais forte e pronta para competir”, afirmou.
PRESIDENTE FRAGILIZADO
Castello Branco saiu fragilizado de uma reunião na 3ª feira (16.abr) porque não soube explicar, claramente, o sistema de preços da empresa ao presidente Jair Bolsonaro.
Depois de uma confusão, o presidente da ANP ((Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone, ajudou a explicar para Bolsonaro. Mas também não resolveu.
A conclusão é que o sistema é obscuro e precisa passar por mudança.
Na coletiva desta 4ª, Castello Branco afirmou confiar no presidente Bolsonaro. “Estou aqui há 3 meses e nunca sofri interferência, por mínimo que seja”.