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segunda-feira, 31 de março, 2025
Por Vonúvio Praxedes
segunda-feira; 31 março - 2025

Coluna Dilemas: Tentando praticar o estoicismo!

Fui obtendo conhecimento acerca da filosofia que preza pela virtude, pela serenidade e incumbência da paz

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Por Alexandre Fonseca

Olá querido(a) leitor(a)! Estou de volta! Se pudermos fingir que esses oito meses sem publicações, representam apenas um período sabático na vida de um escritor de sobrenome Fonseca, ficarei imensamente grato. Escrever pessoalidades requer inspirações, em fases determinadas da vida. Tem hora que o cérebro não está pronto para nada.

Bem…

Nas últimas semanas, estive me sentindo desamparado nas relações interpessoais vinculadas ao longo dos anos, em um ambiente que o ser humano, por força do hábito, costuma chamar de segundo lar.

As situações foram surgindo e do outro lado, me encontrava analisando as pessoas, a quem outrora, cheguei a atribuir um espaço considerável dos meus dias. Vou explicar! Em uma ocasião, estava lá, sendo colocado diante dos leões, pra resolver um problema não originado por mim. Em uma segunda circunstância, tive meu histórico psicológico exposto. Em uma terceira, encontrei a decepção, na falta de empatia, ao revelarem uma confidência.

Tem mais, porém, considero essas suficientes para desenvolver a lição de hoje.

A gente aprende da pior maneira que criar expectativas em amizades nascentes apenas dos contextos sociais corporativos, nem sempre vão te trazer contento. Não obstante, é necessária uma observação cuidadosa, justamente pelas individualidades da raça. Possuo conexões com uma duração quase de décadas, construídas nesses mesmos ambientes. Ou seja, jamais irei generalizar. O dom da frustração do próximo, não está presente em todos.

Nesse meio tempo (das descrições feitas nos parágrafos anteriores), aprendi uma palavra nova, repleta de conceito. Ironicamente, o termo que me foi apresentado, veio de uma pessoa com quem convivo durante o exercício da profissão. No decorrer de uma conversa informal sobre controle, como lidar com a ansiedade e assuntos diversos, o vocábulo estoicismo apareceu. De bom grado, fui obtendo conhecimento acerca da filosofia que preza pela virtude, pela serenidade e incumbência da paz, em conjunturas desequilibradas.

Quem tem ansiedade, compreende o mundo de um jeito particular: um pequeno corte no dedo mindinho, pode ser potencializado a uma fratura, sem chances de restauração. Quando alguém me faz mal, aquilo vai ficar perdurando todo o resto do meu dia, é inevitável! E o estoicismo, aplicado nesse cenário, vai ser um aliado. A ideia é não deixar o erro do outro ou o problema em si, determinar o restante das suas 24 horas, principalmente, se está fora do seu alcance uma resolução imediata. Não é fácil! Mas vale tentar.

Por vezes, verifiquei se o interlocutor praticava o estoicismo, como havia me explicado. Numa quarta-feira qualquer, um deslise cometido, me surpreendeu. O problema ali, e o mesmo sereno. “Estou tranquilo”, fez questão de emitir. Apenas assimilei. Confesso que existem momentos profissionais, que pela experiência, detenho um autocontrole gigantesco. No trabalho, tomamos as decisões e depois, lidamos com o pós. É um fato, uma regra determinada, fui ensinado assim, treinado para isso. Agora, quando se diz respeito ao lado pessoal, costumo desandar. Não há uma fórmula! Você não espera que aquela pessoa, determinante, detentora de um status quo significativo, que você valoriza, seja capaz de te decepcionar fortemente e te fazer se sentir não acolhido. E o pior, quando somos pegos de surpresa, nem sempre teremos a destreza de resolver o baque logo em seguida.

É um choque!

Atualmente, estou consumindo um livro do autor Mark Manson, que tem sido capaz de me ensinar uma variação de novos termos e temáticas. E tenho percebido o quanto sou refém das minhas próprias neuroses e a forte inaptidão de deixar uma adversidade manipular meus pensamentos. Encontro-me lendo sobre crise existencial, sobre o círculo vicioso que não te faz progredir em situação nenhuma, sobre a quem e ao que preciso dar importância, a como lidar com a dor, seja do luto ou de uma amizade que não me priorizou, de se esforçar tanto por algo, que a resposta não chega e o incômodo cresce…

Uma coisa muito adulta a se fazer para amenizar decepções, é sentar, conversar e dizer tudo que precisa ser dito. Testei isso esses dias e deu certo. Voltei pra casa sem ficar remoendo o infortúnio e não deixei um conflito isolado afetar todo o resto. No outro dia, fiz o oposto e trouxe um problema pro meu espaço privativo. É desafiador, é muito trabalho mental, entende?!

E por mais que eu me sinta desamparado, após viver todas aquelas situações, não posso deixar isso definir o tom das minhas vivências daqui pra frente. A prática do estoicismo veio gerar tamanha lição. Só não garanto total sucesso no início. Estou engatinhando! Quando as coisas importam e um balde de água fria desfaz aquele laço, acaba que machuca, corrói, é difícil não pensar. No entanto, sigo lendo, buscando a paz, a resolutividade dos meus problemas e tentando ser melhor, pra ter valido a pena, essa jornada insana, que a gente descreve como viver. Estou tentando praticar, estou tentando!

Nota: Obrigado João Henrique pela indicação do livro e pelo ensinamento do termo. Está paga a citação, rs. Ah, e o título do exemplar é: A Sutil Arte de Ligar o F*da-Se: Uma estratégia inusitada para uma vida melhor. Sigo na leitura! Até a próxima publicação.

Alexandre Fonseca é jornalista, cineasta, escritor, produtor cultural.

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