Via Matheus Magenta – BBC News Brasil
Ao menos 85 cidades brasileiras, incluindo 25 capitais, têm protestos marcados para o sábado (29/05) contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Essa é a primeira vez que grupos como entidades sindicais e movimentos sociais convocam manifestações de rua contra o presidente durante a pandemia. Em janeiro, houve carreatas de grupos de direita e de esquerda pelo impeachment de Bolsonaro.
Atualmente, grupos de esquerda, com reivindicações diversas, ainda se dividem sobre os riscos de os atos acabarem agravando o espalhamento da covid-19 num momento que a doença voltou a avançar no país ou enfraquecendo as críticas às aglomerações promovidas por Bolsonaro.
Grande parte do material de convocação dos atos recomenda o uso de máscara PFF2 (ou N95), além de álcool em gel e distanciamento físico.
A pauta dos atos inclui diversas demandas, como o impeachment de Bolsonaro, a volta do auxílio emergencial de R$ 600, a ampliação das vacinas disponíveis, o fim da violência contra a população negra e a suspensão de cortes de verbas na Educação, das privatizações e da reforma administrativa.
As manifestações previstas em pelo menos 24 Estados e no Distrito Federal ocorrem no momento de maior fragilidade política de Bolsonaro, amplamente criticado por sua condução da pandemia e pela deterioração da economia brasileira.
Aprovação
Segundo a mais recente pesquisa do instituto Datafolha, de 11 e 12 de maio, a aprovação do presidente atingiu o patamar mais baixo de seu mandato.
Ao todo, 24% da população considera o governo ótimo ou bom, uma queda de seis pontos percentuais em relação a março.
Além disso, Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas intenções de voto para a eleição presidencial em 2022. O petista tem 41% no primeiro turno, e Bolsonaro, com 23%, segundo o Datafolha.
Lugares com protestos previstos
A BBC News Brasil identificou protestos marcados, com diferentes pautas, em ao menos 85 cidades de 24 Estados e no DF. São elas:
AL: Maceió
AM: Manaus, Tefé, Presidente Figueiredo, Itacoatiara e Humaitá
AP: Macapá
BA: Ilhéus e Salvador
CE: Fortaleza e Juazeiro do Norte
DF: Brasília
ES: Vitória
GO: Goiânia e Catalão
MA: Caxias, São Luís e Imperatriz
MG: Belo Horizonte, Barbacena, Caratinga, Divinópolis, Governador Valadares, Itabirito, Juiz de Fora, Mariana, Montes Claros, Ouro Branco, Ouro Preto, Pouso Alegre, São João Del Rei, Uberaba, Uberlândia e Viçosa
MS: Dourados, Aquidauana, Campo Grande e Três Lagoas
MT: Cuiabá e Rondonópolis
PA: Belém, Abaetetuba, Altamira, Castanhal e Santarém
PB: João Pessoa, Campina Grande e Patos
PE: Recife, Caruaru e Garanhuns
PI: Teresina
PR: Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Maringá
RJ: Rio de Janeiro e Campos dos Goytacazes
RN: Mossoró e Natal
RO: Porto Velho
RS: Caxias do Sul, Passo Fundo, Porto Alegre, Bagé e Pelotas
SC: Florianópolis, Blumenau e Joinville
SE: Aracaju
SP: São Paulo, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Assis, Campinas, Indaiatuba, Jacareí, Praia Grande, Santos, Taubaté e Ubatuba
TO: Araguaína e Palmas
Nota do Diário Político
Protestar contra Bolsonaro afirmando seguir protocolos em meio a pandemia é uma piada de muito mal gosto. Não existe isso em meio a uma possível multidão. Em seguindo tais mobilizações a esquerda brasileira acompanha direitinho a cartilha do Presidente da República, atualmente o principal descumpridor de medidas de distanciamento e uso de máscara no País. A classe política precisa entender que “A palavra convence, o exemplo arrasta”, e neste caso o exemplo da esquerda arrasta para o caixão.