27 maio 2021

Esquerda brasileira busca se igualar Bolsonaro em aglomerações desnecessárias na Pandemia

Via Matheus Magenta – BBC News Brasil 

Ao menos 85 cidades brasileiras, incluindo 25 capitais, têm protestos marcados para o sábado (29/05) contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Essa é a primeira vez que grupos como entidades sindicais e movimentos sociais convocam manifestações de rua contra o presidente durante a pandemia. Em janeiro, houve carreatas de grupos de direita e de esquerda pelo impeachment de Bolsonaro.

Atualmente, grupos de esquerda, com reivindicações diversas, ainda se dividem sobre os riscos de os atos acabarem agravando o espalhamento da covid-19 num momento que a doença voltou a avançar no país ou enfraquecendo as críticas às aglomerações promovidas por Bolsonaro.

Grande parte do material de convocação dos atos recomenda o uso de máscara PFF2 (ou N95), além de álcool em gel e distanciamento físico.

A pauta dos atos inclui diversas demandas, como o impeachment de Bolsonaro, a volta do auxílio emergencial de R$ 600, a ampliação das vacinas disponíveis, o fim da violência contra a população negra e a suspensão de cortes de verbas na Educação, das privatizações e da reforma administrativa.

As manifestações previstas em pelo menos 24 Estados e no Distrito Federal ocorrem no momento de maior fragilidade política de Bolsonaro, amplamente criticado por sua condução da pandemia e pela deterioração da economia brasileira.

Aprovação

Segundo a mais recente pesquisa do instituto Datafolha, de 11 e 12 de maio, a aprovação do presidente atingiu o patamar mais baixo de seu mandato.

Ao todo, 24% da população considera o governo ótimo ou bom, uma queda de seis pontos percentuais em relação a março.

Além disso, Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas intenções de voto para a eleição presidencial em 2022. O petista tem 41% no primeiro turno, e Bolsonaro, com 23%, segundo o Datafolha.

Lugares com protestos previstos

A BBC News Brasil identificou protestos marcados, com diferentes pautas, em ao menos 85 cidades de 24 Estados e no DF. São elas:

AL: Maceió

AM: Manaus, Tefé, Presidente Figueiredo, Itacoatiara e Humaitá

AP: Macapá

BA: Ilhéus e Salvador

CE: Fortaleza e Juazeiro do Norte

DF: Brasília

ES: Vitória

GO: Goiânia e Catalão

MA: Caxias, São Luís e Imperatriz

MG: Belo Horizonte, Barbacena, Caratinga, Divinópolis, Governador Valadares, Itabirito, Juiz de Fora, Mariana, Montes Claros, Ouro Branco, Ouro Preto, Pouso Alegre, São João Del Rei, Uberaba, Uberlândia e Viçosa

MS: Dourados, Aquidauana, Campo Grande e Três Lagoas

MT: Cuiabá e Rondonópolis

PA: Belém, Abaetetuba, Altamira, Castanhal e Santarém

PB: João Pessoa, Campina Grande e Patos

PE: Recife, Caruaru e Garanhuns

PI: Teresina

PR: Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Maringá

RJ: Rio de Janeiro e Campos dos Goytacazes

RN: Mossoró e Natal

RO: Porto Velho

RS: Caxias do Sul, Passo Fundo, Porto Alegre, Bagé e Pelotas

SC: Florianópolis, Blumenau e Joinville

SE: Aracaju

SP: São Paulo, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Assis, Campinas, Indaiatuba, Jacareí, Praia Grande, Santos, Taubaté e Ubatuba

TO: Araguaína e Palmas

Nota do Diário Político

Protestar contra Bolsonaro afirmando seguir protocolos em meio a pandemia é uma piada de muito mal gosto. Não existe isso em meio a uma possível multidão. Em seguindo tais mobilizações a esquerda brasileira acompanha direitinho a cartilha do Presidente da República, atualmente o principal descumpridor de medidas de distanciamento e uso de máscara no País. A classe política precisa entender que “A palavra convence, o exemplo arrasta”, e neste caso o exemplo da esquerda arrasta para o caixão.

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