Por Alexandre Fonseca
Em postagem datada do dia 19 de abril de 2020, a rede social da estação de rádio CBN Recife, divulgava a potencialidade de êxito no sequenciamento genômico do novo coronavírus, através de estudos realizados na Universidade Federal de Pernambuco. Os resultados só poderiam ser expostos mediante um sequenciador de nova geração, um aparelho fundamental que o Instituto ainda não tem posse. Na mesma corrida, o resto do mundo continuava/continua na luta pela produção de no mínimo sete vacinas contra a COVID-19. É certo que vivemos o que parece ser uma guerra.
O jornal Estado de Minas publicou um dia antes, no sábado, 18 de abril, um levantamento em que menciona a China, os Estados Unidos (atual pico da pandemia), Austrália e Reino Unido, como os países com forte avanço de ensaios clínicos, ou seja, quando o próximo passo é fazer testes de suas pesquisas em seres humanos. Todos os dados coletados na matéria em questão, foram retirados de uma plataforma organizacional chamada Clinical Trial.
A reportagem pontua que o Brasil não pode realizar o teste clínico, tendo em vista a necessidade de respeitar outras duas etapas de avaliação, antes de usar pessoas como cobaias. Revela ainda, com honestidade, o tempo que pode levar para se ter uma vacina pronta (anos) e quais os tipos de coronavírus estão circulando pela terra. Leia os detalhes sobre o assunto clicando AQUI.
Campanha contra a gripe influenza
No meio de todo o caos provocado pela COVID-19, está acontecendo no país, a vacinação contra a gripe H1N1. Anteriormente, o Brasil foi atingido pela pandemia da gripe suína, lá em março de 2009, com o surto global e existem muitas vertentes na internet, verificando os casos até os dias atuais. Foi então que surgiu a curiosidade de pesquisar qualquer conteúdo revelando como a vacina da influenza é desenvolvida e que tivesse uma explicação compreensível. Tinha algumas ideias em mente. Acabei encontrando uma matéria em vídeo do programa “Bem Estar”.
De acordo com o registro, as doses são feitas no Instituto Butantan, em São Paulo, com a utilização de ovos de galinha. O próprio vírus da H1N1 é colocado na superfície do ovo, para que possa se reproduzir. Em seguida é purificado, morto e após uma rigorosa análise, transformado em remédio. Tomei a decisão de entender melhor o processo de fabricação da vacina, com a intenção de fomentar a possibilidade de a mesma técnica ser aplicada ao coronavírus, porém, é uma resposta que ficará em aberto. Não podemos sair por aí fazendo analogias de forma leiga. Precisamos da classe científica para responder e justificar pontos de vista, achismos, etc.
Se por um lado não devemos ser irresponsáveis com meras hipóteses, de um outro, temos propósitos concretos para pensarmos com entusiamo visando o futuro. Segundo artigo publicado no site Gauchazh AQUI, testes de uma possível vacina desenvolvida por cientistas na Universidade de Oxford, começam a ser promovidos em humanos nesta quinta-feira, 23 de abril, possuindo cerca de 80% de chance de sucesso. Na situação mais esperançosa, é torcer para que as tentativas gerem resultados positivos, propagando bons panoramas.
Rentabilidade na produção de vacinas e a economia dos países
Outro debate levantando na sociedade em relação aos casos de COVID-19, é o quanto seria rentável para grupos de farmacêuticos a não criação dos produtos que imunizem as pessoas ao redor do mundo. É uma corporação distribuidora enorme e poderia contribuir significativamente. O portal de notícias Rede Brasil Atual, pôs em evidência uma entrevista com o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, que deu as seguintes declarações. “As farmacêuticas querem ganhar dinheiro (com a doença), por isso não fazem. Seria possível fazer vacina para mutações do coronavírus. (Como não tem) Vamos voltar às ruas, aos bares, aos amigos e depois haverá outra pandemia”.
Santos ainda faz uma colocação a respeito do modo como alguns seguimentos lucram com a doença e outros não. “Não vamos sair da pandemia, vamos entrar no novo normal, que é a pandemia intermitente, se não houver mudança no modelo de capitalismo”, conclui. É realmente questionável a não atuação de pessoas que poderiam ajudar milhões da mesma espécie.
O texto aborda também, exemplos de como a lógica solidária tem sido aplicada em Portugal, com o apoio de bancários e outros pontos importantes, incluindo uma discussão a cerca do posicionamento correto de um líder presidencial em tempos de pandemia, objetivando salvar vidas. Além de concepções econômicas dos benefícios na prestação da justiça social e dos cuidados voltados a parcela mais vulnerável em poder aquisitivo (dinheiro para comprar comida e sabão) e de recursos, como pessoas em situação de rua e na linha de pobreza, que não usufruem de saneamento básico nas áreas em que residem. O problema é que cada país vive em uma realidade diferente, complicado apostar em comparações. Deixo aqui outra opção de leitura para aprofundamento. Clique AQUI
Casos no Brasil, em Mossoró e a dengue
O mapa da CNA atualizado todos os dias, revela um número acima de 2 milhões e 600 mil casos globais de coronavírus, até às 16 horas da quarta-feira, 22 de abril. No Brasil, são mais de 44 mil e 500 casos, com mais de 2 mil e 800 mortes. No Rio Grande do Norte, mais de 640 casos, Mossoró contabilizando 106 confirmações e 8 óbitos. Muitos números e assustadores para alguns. Teorias apontam que o país tem o triplo do mencionado oficialmente e pelo jeito que a população se comporta, deve ser mesmo.
Aqui em Mossoró, as filas nas lotéricas e na Caixa Econômica são absurdamente extensas. As famílias burlam os seguranças dos supermercados, planejam entrar um de cada vez e se aglomeram dentro dos estabelecimentos. O comércio local tem respeitado o decreto de não funcionamento com quase nenhuma parcialidade. Tem quem abra a sua loja dizendo que não acredita no vírus, que vai funcionar sim e ponto final. Fora os idosos, os vizinhos nas calçadas, etc. Agora quando alguém da família está doente de COVID-19, o desespero é maior que a ignorância. Um arrependimento nasce e o que a gente pode fazer, é desejar a recuperação do paciente e que mais pessoas se protejam. É aprender com o erro e descaso do outro.
Um amigo do Rio de Janeiro, semanas atrás estava vivendo de farras, sábados e domingos em festas, independente da situação. Hoje, conversando com o mesmo, lhe perguntei o motivo de parecer tão abatido. “Aqui tem uns casos de coronavírus, não estou mais do mesmo jeito. Não levava muita fé, mas agora, estou levando”, disse. É triste constatar que até as pessoas mais informadas podem ser imprudentes. Em Manaus, o contexto é ainda pior. Circulam na internet, imagens fortes de um sistema de trincheiras, adotado para enterrar uma quantidade expressiva de mortos. Voltando para o Rio Grande do Norte, o estado notificou sua primeira baixa de uma pessoa em situação de rua em decorrência da doença. Sem contar os quase 600 casos de dengue registrados no início de março, consequente do relaxamento da população nos cuidados com as arboviroses.
O momento pede consciência e cautela
Resolvi escrever com base nos meus questionamentos pessoais, com a premissa de ter pesquisado e lido um pouco sobre o assunto, durante meu isolamento social. São muitas dúvidas, teorias e tenho a consciência de que não sei o mínimo possível da proporção do que realmente é isso tudo. Muita coisa vai ficar sem resposta! É preciso a intervenção de pessoas da área da Saúde, da Economia, de cientistas, professores, líderes de Estados e grupos diversos. Promovi apenas a união de uma certa quantidade de dados em um único lugar, outros são suposições, reprodução de pensamentos alheios, etc.
Na verdade, é importante promover de fato, o jornalismo investigativo, aquele que descobre minuciosamente cada informação de quem não estava disposto a concedê-la, para que possamos revelar, por exemplo, a razão por trás da vacina da COVID-19 não existir ainda, quando lá em 1960 já se conhecia o coronavírus e suas possíveis mutações. Conforme propagado pelo Correio 24 horas, desde 2012, existia entendimento do grau de periculosidade que o vírus envolvia. Uma epidemia local no Oriente Médio, infectou mais de 2 mil e 400 pessoas com o passar do tempo.
Resta a nossa população, seja brasileira, nordestina ou potiguar, sentir a necessidade de proteger seus familiares, seus amigos, vivendo com as normas sociais estabelecidas prazo por prazo. Tem muita coisa em jogo e como disse um médico mossoroense que está lutando na linha de frente contra o coronavírus, “cada um tem a sua consciência se precisa sair, ficar em casa, não tem como julgar as escolhas de ninguém”.
Existe uma parte da população que trabalha, para muitos a vida segue com vírus ou não. O quadro agora é cada um com seus valores, ter consciência das sequelas que as suas atitudes deixarão no outro e em si mesmo, afinal de contas, a maioria sabe quais as formas de prevenção e o que deve ser feito, então, basicamente, é só fazer, certo?
Enquanto isso, alguns seguem afetados, praticando o isolamento, aguardando boas mudanças e a normalização da vida, que teve de ser readaptada em muitas escaladas sociais, tecnológicas e físicas. Sem esquecer de um rápido agradecimento a todos os profissionais que continuam trabalhando, mantendo o país em funcionamento. Todas as categorias essenciais e também, a todos que estão realizando ações solidárias e protegendo os mais fragilizados. Os atos de vocês, nunca serão esquecidos.