Via www.Saude.abril.com.br
À medida que se confirmam novos casos e mortes no Brasil por causa do novo coronavírus (Sars-Cov-2), alguns itens até então ignorados por boa parte da população ganharam fama. É o caso do álcool em gel e das máscaras cirúrgicas descartáveis. Mas, enquanto a importância do primeiro é incontestável para todos os cidadãos, a necessidade do segundo é relativa. Bem relativa.
De acordo com o infectologista Luis Fernando Aranha Camargo, do Hospital Israelita Albert Einstein, da capital paulista, as máscaras são indicadas principalmente para profissionais de saúde e pessoas com quadro confirmado ou suspeito de Covid-19, a doença causada pelo vírus. Sintomas como tosse, falta de ar, coriza e febre demandam esse equipamento para evitar o contágio.
Outra indicação é para indivíduos que ficam no mesmo cômodo de alguém com confirmação da enfermidade. Assim, o risco de infecção cai. “Essas são as recomendações mais claras”, resume o médico. Mas não custa reforçar que, nesses casos, indica-se sobretudo o isolamento social.
“Dentro de casa, é preciso manter o distanciamento. Cada um deve ficar em um cômodo. Se não for possível, o certo é ter dois metros de distância entre os moradores”, diz Camargo.
No mais, mães com o novo coronavírus (ou suspeita disso) devem usar máscaras na hora da amamentação, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Situações específicas, como a de pessoas livres do novo coronavírus, mas que têm a imunidade comprometida e precisam andar por grandes aglomerações, devem ser discutidas com o médico. Lembrando que as autoridades vêm pedindo para a população em geral evitar o contato com muita gente e ficar em casa o máximo possível.
Além de causar uma sensação de pânico, o uso indiscriminado das máscaras pode prejudicar quem realmente depende delas para se proteger. No início de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a histeria e a consequente compra em massa deixariam os profissionais de saúde mal equipados para lidar com os casos suspeitos e confirmados da Covid 19, por exemplo.
O jeito certo de usar as máscaras descartáveis
Se você estiver no grupo com indicação para recorrer à máscara cirúrgica, a OMS tem dicas essenciais:
+ Antes de colocá-la, higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
+ Cubra a boca e o nariz com a máscara e se certifique de que não há espaços entre o acessório e o rosto.
+ Evite tocar a máscara enquanto estiver usando-a. Se fizer isso, higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
+ Quando a máscara estiver úmida, troque-a por uma nova. Não é para reutilizá-la!
+ Na hora de removê-la, faça isso por trás. Ou seja, não toque na parte da frente do acessório. Descarte-a imediatamente em uma lixeira fechada. Higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
Não se esqueça: as máscaras só são eficientes quando usadas em combinação com a limpeza frequente das mãos.
COMO FAZER MÁSCARA DE TECIDO
O recomendado é que se use tecido de tricoline, que é 100% e resistente, mas ao mesmo tempo é leve e permite que a pessoa respire sem sufocar. O tecido deve ser cortado de acordo com o modelo de máscara de proteção desejada. Lembre-se que ela deve cobrir boca e nariz.
Outra recomendação é que a máscara seja dupla, ou seja, utilize duas camadas de tecido para aumentar a proteção.
Faça o molde em um cartão ou qualquer superfície mais dura e utilize para riscar o tecido. Corte o tecido no formato, sempre deixando uma margem maior para fixar o elástico.
Faça vincos no tecido, conforme modelo abaixo. Prenda o elástico nas laterias e costure. Não se esqueça de medir o cumprimento do elástico de forma que ele não aperte seu rosto, mas também não fique frouxo.
Antes de utilizar, lave a máscara com sabão neutro. Recomendação é que o item seja utilizado por até duas horas e trocado após esse período.