02 mar 2020

Silenciosa e radical: Produção de petróleo e gás natural no RN caiu 42% nos últimos 10 anos

A imagem de máquinas, popularmente chamadas de cavalinhos, extraindo petróleo em terra aqui no RN já foi símbolo de emprego e prosperidade, mas agora anda cada vez menor. De acordo com dados da ANP – Agência Nacional de Petróleo, os números comprovam: em 10 anos só a produção de petróleo do estado caiu 41,5%. Os mais de 60 mil barris por dia de 2010 – agora não passam dos 36 mil.

“Nós teríamos ainda mais de cem anos ainda de exploração. A Petrobrás tem plenas condições de desenvolver essas reservas na produção de petróleo no refino também”, Diz Pedro Lúcio Góis – secretário geral do Sindipetro, Sindicato dos Petroleiros do RN.

Pedro Lúcio, Sindipetro RN – foto: reprodução TCM Telecom

Quando analisamos a produção de gás natural, a queda é ainda maior: hoje é quase a metade de 2010, 49,5%. A falta de investimentos da Petrobras e a decisão da empresa de vender ativos, é apontada como a principal causa do recuo.

Campos maduros

Campos maduros no Rio Grande do norte – aqueles já muito explorados – estão sendo vendidos pela Petrobras à iniciativa privada. Há muito tempo não existe investimento em perfuração de novos poços por parte da estatal.

A Petrobras começou a atuar no estado em 1951. Rapidamente se tornou uma força econômica tão importante que já chegou a representar 40% do produto interno bruto do Rio Grande do Norte, mas nos últimos 10 anos, além da queda na produção, também viu o número de funcionários diminuir significativamente.

“No ano de 2009 nós tivemos o pico no número de trabalhadores na Petrobras. Somente aqui no Rio Grande do Norte chegamos a ter 2.800 funcionários. A partir de 2009 houve queda no número de trabalhadores e daí em diante vem se acentuando. A partir de 2016 e desde então já perdemos mais de 1 mil trabalhadores da estatal”, alerta Pedro Lúcio.

Mudança

Nos bons tempos de Petrobras em Mossoró era difícil, por exemplo, encontrar um soldador que não trabalhasse para alguma etapa de produção da Petrobras. A realidade mudou: Tarcísio Costa chegou a trabalhar muitas vezes a serviço da estatal petrolífera, mas agora mudou de função: vende de castanhas de caju produzidas em Serra do mel.

“Tem muita gente desempregadas, ótimos profissionais buscando saídas. Tive que buscar alternativas com vendas”, diz Tarcísio que ainda atende três pequenas empresas como soldador para tirar sustento para sua família.

Tarcísio atualmente é vendedor de castanha – foto: reprodução TCM Telecom

O estrago na economia só não foi maior porque os repasses dos royalties do petróleo não caíram na mesma proporção, tem se mantido com valores muito próximos a 10 anos atrás: em 2010 – estados e cidades receberam 308 milhões de reais.

Potiguar E&P

Com a venda de parte dos campos maduros da Petrobras à empresa baiana Potiguar E&P a expectativa da empresa é investir R$ 600 milhões até junho de 2020 e com isso proporcionar um novo dinamismo na produção de petróleo e gás aqui no Rio Grande do Norte.

Pesquisa: Filipo Cunha/TCM Telecom

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