24 dez 2019

A lenda de Papai Noel baseando políticos para enganar eleitores

QUESTÃO DE OPINIÃO

Por Vonúvio Praxedes

A lenda de Papai Noel pode ter sido baseada, em parte, nos contos inspirados na biografia da figura histórica de São Nicolau. Um bispo que ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças. Devido à sua imensa generosidade e aos milagres que lhe foram atribuídos, foi canonizado pela Igreja Católica e tornou-se um símbolo ligado diretamente ao nascimento do Menino Jesus. São Nicolau de Mira é o santo padroeiro da Rússia, Grécia e da Noruega.

Imagem: internet

O dia para se prestar homenagem a Santo Nicolau era dia 6 de dezembro, o dia em que as crianças ganhavam seus presentes. Porém isso mudou para se adequar as festividades de 24 e 25 de dezembro que são os dias conhecidos por serem os prováveis dias do nascimento de Jesus Cristo e então o Santo Nicolau passou a ser homenageado nessa nova data. Daí o Natal passou a ser lembrado não somente pelo nascimento do filho de Deus, mas pelos presentes dados aos familiares. É onde entra a figura icônica de um velhinho de bochechas rechonchudas e avermelhadas, barriga sobressalente, barba longa branquinha e com voz grave que acena com um HO HO HO!

Papai Noel no visual tradicional vermelho, branco e detalhes pretos ganhou impulso em 1931, quando a Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária usando o bom velhinho vestido conforme a criação de Thomas H. Nast, responsável pela imagem do Noel como conhecemos nos dias de hoje.

Qualquer pai ou mãe vai procurar dar algum presente ao seu filho no período natalino. A ingenuidade da criança faz ela crer no Papai Noel como um ser único, bondoso que não se trata de um personagem meramente criado para o mercado publicitário, vendo apenas o benefício do presente tão sonhado. Os pequenos contemplam o velhinho e elevam suas alegrias, obviamente garantindo que se comportaram ao longo do ano e sabem que merecem os mimos.

Agora, imagine numa reflexão casual você trocar a figura de um tradicional Papai Noel por um político profissional e substitua inocentes crianças por alguns votantes. A mesma ingenuidade das crianças pode ser constatada em eleitores fiéis ou no melhor estilo garachués dos seus líderes políticos. Estes profissionais eleitos, na sua quase totalidade, são mandatários de funções eletivas que no passado ou na atualidade, a esses olhos iludidos, são seres mágicos capazes de legislar e Governar com maestria, mas cá pra nós, maestria ao bem próprio e claro, criar obras para não apenas “beneficiar” a população e sim, empresas amigas, seus próprios cofres como constatadas em várias operações policiais e do Ministério Público.

Um dia estive vestido de barbudo, vermelho e branco, foi numa ação escolar. As crianças me abraçaram, beijavam e fui aplaudido. Todas Elas ganharam presentes conseguidos por suas professoras, num esforço gigante. Pediram ajuda, buscaram parcerias e enfim a festinha saiu conforme planejado, inclusive com a figura central do Natal: o Papai Noel, eu. Naquela pele de bom velhinho e a barba postiça, muito aquém da “original”, usava botas marrom e um cinto preto de feira mesmo. Esses detalhes passaram despercebidos, não interessava. Eu era naquele momento tão bem quisto quanto o verdadeiro e único Noel. Talvez por isso todo político gosta de se sentir amado, paparicado tal qual o bom barbudo natalino.

O viver do Natal político-partidário é constatado a cada dois anos em outubro. Não existe celebração do nascimento de um Salvador, no máximo a empolgação por algum Outsider de ocasião. Muitos se vestem para a caracterização de bom apenas para ser votado. Renitente, aquele eleitor que foge ao debate ou não quer saber de outra verdade que não a sua, mais parece uma criança lambuzada com doces da ignorância e na expectativa de um presente comissionado com a vitória nas urnas do seu noel-político de estimação. Existem eleitores assim e são muitos. Estes sustentam a política minúscula.

Neste Natal reflita 2020. Sobre os valores das pessoas pré-candidatas ou os montados com peças postiças para novos mandatos. Aqueles que lutam pela própria sobrevivência e dos seus objetivos particulares. Busque verdadeiramente se informar sobre os falsos noéis de nossa política para não ser mais uma criança com título de eleitor acreditando numa lenda.

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