Deputados bolsonaristas receberam, nesta semana, notificações de processos disciplinares contra eles no PSL . Eles têm cinco dias para se defenderem antes que seus casos sejam julgados pelo Conselho de Ética da sigla.
Por meio das redes sociais, General Girão, Deputado Federal do RN pelo PSL confirmou o recebimento da notificação do processo que poderá expulsá-lo do partido que foi eleito em 2018. O parlamentar cita na publicação: “transparência e lisura nas contas do partido”, o que pode significar a motivação do desgaste dele e dos outros parlamentares, assim como do próprio Bolsonaro junto a sigla.
As novas notificações vieram após a Justiça liberar o andamento dos processos de suspensão , desde que os deputados fossem comunicados novamente via cartório e tivessem um prazo razoável para se defenderem antes de serem punidos.
O partido do presidente da República está atualmente dividido em duas alas. Uma delas, composta por um núcleo duro de 20 deputados, é fiel a Bolsonaro. Outra está ao lado de Luciano Bivar, deputado pernambucano presidente do PSL. Segundo deputados desse segundo grupo, a previsão é suspender 16 e expulsar 6 parlamentares com os processos disciplinares.
Há processos contra Eduardo Bolsonaro (SP), General Girão (RN), Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG), Filipe Barros (PR) e Luiz Philippe D’Orleans e Bragança (SP), entre outros deputados. Esse grupo, por sua vez, planeja entrar na Justiça para argumentar que há “justa causa” para se desfiliarem do partido. A lei hoje prevê perda do mandato por infidelidade partidária.
Os bolsonaristas conseguiram, recentemente, emplacar Eduardo Bolsonaro como líder do partido na Câmara no lugar de Delegado Waldir (GO). Houve uma “guerra de listas”, em que o próprio Bolsonaro interferiu pressionando deputados a assinarem um documento a favor de seu filho.
Com as suspensões de até 16 deputados, será possível protocolar na Câmara uma nova lista, destituindo Eduardo Bolsonaro da liderança. Nos bastidores, há quatro parlamentares que já se ofereceram para substitui-lo: Felício Laterça (RJ), Marcelo Freitas (MG), Felipe Francischini (PR) e Coronel Tadeu (SP).