O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) denunciou o vigilante identificado como Betuel Silva Chagas, de 39 anos, que sacou uma arma de fogo contra manifestantes durante um protesto em Natal. A denúncia já foi recebida pela Justiça potiguar e o homem virou réu em uma ação penal.
Os crimes de ameaça foram cometidos no dia 26 de agosto deste ano contra pessoas que fechavam a rua Manoel Miranda, na praça Gentil Ferreira, no bairro do Alecrim, durante um protesto contra violência doméstica.
O réu irá responder cinco vezes pelo crime de ameaça, com a agravante de um dos crimes ter sido praticado contra uma mulher grávida. Ele portava uma pistola.
Para o MPRN, a materialidade e a autoria dos crimes restaram demonstradas por intermédio das declarações das vítimas, do depoimento de testemunha, das filmagens da cena dos crimes, dos documentos que comprovam a gestação de uma das vítimas e do registro da arma do vigilante.
A denúncia apresentada à Justiça foi acompanhada do inquérito policial que lhe serviu de base.
Motivo
No protesto dia 26/08, as mulheres cobravam ações contra o assassinato da jovem Joice Cilene, que foi morta pelo ex-companheiro na área na qual o ato ocorria pacificamente. De acordo com Betuel Chagas, porém, a manifestação das mulheres teria “infringido o seu direito de ir e vir” e, por essa razão, ele sacou a arma contra as manifestantes.
PSOL
Além do indiciamento policial, o Partido Socialismo e Liberdade no Rio Grande do Norte (PSOL/RN) pediu a comissão de ética do Diretório Nacional da legenda a expulsão do vigilante dos quadros do partido. Segundo a representação estadual da legenda, o homem também é filiado ao partido, embora “não atuante”, segundo o PSOL. “Nós solicitamos o afastamento dele por 12 meses e vamos encaminhar o pedido de expulsão ao Conselho de Ética do PSOL nacional”, explicou o partido à Tribuna do Norte depois do ocorrido.