Uma profissional da saúde de 37 anos que trabalhava no Rio Grande do Norte e na Paraíba como médica possibilitou a confirmação do primeiro caso de reinfecção pelo Covid-19 no Brasil.
Ela apresentou sintomas e foi testada positivo em 23 de junho, curou-se, e apresentou novamente sintomas no dia 11 de outubro e teve sua reinfecção confirmada em outubro. A Fiocruz, em conjunto com os Governos do Rio Grande do Norte e da Paraíba, declarou em nota que as amostras coletadas apresentavam “linhagens distintas”, ou seja, os vírus não eram idênticos. Tal informação significa que o Coronavírus sofreu mutações no Rio Grande do Norte, e que as cepas do vírus que estejam circulando no final de 2020 podem não ser as mesmas que circularam em meados deste mesmo ano.
Leitos UTI
A situação dos leitos hospitalares é crítica. A mutação do Coronavírus pode fornecer uma explicação para a “segunda onda” de infecções no Rio Grande do Norte. Após uma queda drástica das internações, todos os leitos de UTI do Oeste Potiguar para Covid-19 voltaram a lotar (vide a situação da UTI do Hospital Tarcísio Maia e do Hospital São Luís). De acordo com os dados do último boletim epidemiológico, Mossoró quase alcança a cifra dos 10 mil casos confirmados e ultrapassa os 3.700 suspeitos, enquanto o Estado se aproxima das 100 confirmações hospitalares, constando ainda com 47 mil suspeitos.
O relaxamento das medidas de isolamento social, cumuladas com as aglomerações tradicionais do período eleitoral, decerto contribuíram para o aumento da circulação das novas variedades do Coronavírus no RN.
Em resposta à nova crise hospitalar, o Governo do Estado lançou o Decreto nº 30210 em 08 de dezembro de 2020. O novo decreto, diferente do anterior intitulado “Pacto pela Vida”, regula apenas os eventos e possíveis aglomerações públicas, sem nada declarar sobre as aglomerações de eventos privados e estabelecimentos noturnos, que seguem livres. Com uma taxa crescente de ocupação de leitos, e a situação se tornando crítica no oeste potiguar que não dispõe mais de leitos de UTI, nós do Sindsaúde/RN demonstramos preocupação e ceticismo quanto à eficácia limitada de tais medidas.
Via assessoria SINDSAÚDE/RN