23 jul 2020

RN vira referência em revitalização de campos maduros

Os resultados exitosos na transferência dos campos maduros à iniciativa privada, na Bacia Potiguar, elevam o Rio Grande do Norte à condição de exemplo no Brasil quando o assunto é a revitalização da produção de petróleo em terra (onshore) no país. A análise é de Márcio Félix, vice-presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), entidade que promove, nesta quarta e quinta-feira (22 e 23), o Circuito Brasil de Óleo e Gás. O evento online trata do atual cenário da produção e exploração de petróleo no Rio Grande do Norte.

O destaque, segundo Félix, fica para a Região Oeste, mais especificamente Mossoró, onde está instalado o Polo Riacho da Forquilha. Também Macau e Areia Branca, onde recentemente foi concluída a transferência de campos maduros aos produtores independentes 3R Petroleum e Central Resoucers, respectivamente. Outros campos devem ser negociados este ano, em leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

“A atividade de produção e exploração terrestre no estado, especialmente na Região Oeste, no entorno do município de Mossoró, é um exemplo para o Brasil nessa revitalização do onshore brasileiro. A transição, com o cenário da saída da Petrobras e a chegada de novos atores, está aumentando a produção e gerando mais royalties, o que é muito importante”, observa.

Nesse aspecto, fazem a diferença para que o onshore potiguar volte a se destacar no Brasil a celeridade na transição dos campos maduros e o engajamento de entidades, como a Redepetro-RN (que congrega empresas do setor de petróleo e gás). Pesa ainda o rápido incremento na produção, fruto da atuação dos operadores independentes.

Resultados

Para se ter uma ideia do potencial de crescimento da produção terrestre de petróleo no Rio Grande do Norte, apenas seis meses após assumir o campo Riacho da Forquilha, em Mossoró, a empresa Potiguar E&P contabiliza dados positivos. Ao final do mês de junho, alcançou a marca de 29,6% de incremento na produção.

“Nós tínhamos cerca de 190 poços ativos e passamos a 250 poços em operação desde que assumimos Riacho da Forquilha. Esses resultados mostram o poder da revitalização, e apontam para que, no futuro, possamos dobrar a produção, pois temos um potencial promissor”, destaca João Victor Moreira, diretor de Regulação e Novos Negócios da Potiguar E&P.

Engajamento

O presidente da Redepetro-RN, Gutemberg Dias, que também participou do Circuito Brasil de Óleo e Gás, etapa potiguar, enxerga na operação dos produtores independentes nova chance ao onshore potiguar. Ele lembra que a entidade sempre apoiou a chegada das novas operações, mesmo diante do cenário de incertezas com o desinvestimento da Petrobras.

“Estamos vendo o aumento na produção e o surgimento de novas oportunidades de negócios, e essas são condições extremamente favoráveis para levar a cadeia de petróleo e gás, a cadeia de fornecimento a um outro patamar. Nunca fomos contra a chegada das empresas independentes e, como fizemos desde o início, vamos continuar defendendo que esses operadores deem oportunidades às empresas locais. Isso fará a diferença no setor”, observa Gutemberg Dias.

Circuito Brasil

O evento online é uma realização da Onip em parceria com a Associação Brasileira de Produtores Independentes (Abpip), e tem como objetivo integrar os diferentes atores do mercado do petróleo e gás em torno de pautas relativas ao setor.

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