Via Folha de S.Paulo/ Phillippe Watanabe
A OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu, nesta quarta (11/03), declarar que há uma pandemia do novo coronavírus em curso no mundo com a sua disseminação por mais de cem países, em todos os continentes.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que declarar pandemia não significa que a situação está fora de controle nem que mundo deva abandonar as medidas de contenção e passar a pensar em mitigação. Pelo contrário: ele pediu ações mais agressivas.
Representantes da OMS afirmam que a declaração é uma caracterização da percepção do momento, portanto, as ações da agência da ONU não serão alteradas.
Endemia é uma certa quantidade de casos que historicamente já ocorrem em determinada região do país. Exemplos brasileiros: doença de Chagas e esquistossomose (barriga d’água).
Quando esse nível endêmico (que pode ser 0) é rompido pelo aumento de casos, pode-se considerar que há um surto ou uma epidemia.
Quando a epidemia afeta vários países ou continentes, trata-se de uma pandemia.
A entidade vinha evitando usar o termo pandemia por medo de dar a impressão de que ela era incontrolável e fazer com que os países reduzissem seus métodos de controle e contenção. A demora foi criticada.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse à Folha nesta quarta-feira (11) que a OMS demorou a reconhecer esse status. Segundo ele, com a declaração de pandemia, o país pode passar a identificar casos com base na ocorrência de sintomas e histórico de qualquer viagem internacional, além do contato com casos confirmados, e não só uma lista de países mais afetados.
“Teimaram comigo. Falei: é uma pandemia, e desde a semana passada o Brasil já trata como pandemia. Porque era óbvio. Se você tem uma transmissão sustentada em tantos países, como vou ficar procurando país por país, quem veio de onde? Isso pelo menos três semanas atrás já era impraticável para os sistemas de saúde”, afirmou.