João Sorima Neto/ O GLOBO
A escalada de pânico que o coronavírus causou no mercado financeiro, nos últimos meses, foi amplificada com a guerra de preços do petróleo aberta pela Arábia Saudita contra a Rússia no último final de semana. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações, fechou com baixa de 12,17% aos 86.067 pontos. O dólar comercial subiu 2,03% a R$ 4,728, novo recorde histórico. Na máxima do dia, a divisa bateu em R$ 4,790.
É a maior queda diária desde 10 de setembro de 1998, quando o índice caiu 15,8%. A bolsa está no menor patamar desde 27 dezembro de 2018, quando o índice fechou aos 85.460 pontos.
Na mínima, o índice bateu em 85.879 pontos e na máxima chegou a 97.982, uma variação de 12.103 pontos em apenas um pregão. Desde a máxima história do dia 23 de janeiro, quando o ibovespa atingiu 119.527 pontos, o índice já se desvalorizou 38,8%.
O dia foi de nervosismo nos mercados globais, com fortes quedas nas bolsas europeias e asiáticas. A Rússia avisou que pode resistir a uma queda nos preços por até uma década. Pesou também a decisão do governo da Itália de colocar 16 milhões de pessoas no norte do país em quarentena para conter a disseminação do vírus.
Para Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, em Nova York, como se não bastasse o coronavírus trazendo incerteza ao mercado financeiro, a guerra de preços do petróleo acrescenta um fator a mais de insegurança aos investidores.
– Embora os governos se esforcem em conter o avanço do coronavírus, haverá um impacto muito grande e caminhamos a passos largos para uma recessão global. E agora, haverá queda da demanda e aumento da oferta do petróleo. Um novo viés negativo para o mercado – disse Ramos.
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