Via jornal TRIBUNA DO NORTE/ Ícaro Carvalho
Você já viu uma mulher policial nas ruas do Rio Grande do Norte? Não é nenhum absurdo se a resposta for “não” ou “nunca vi”. Esse questionamento pode ser feito justamente pelo fato de que o Rio Grande do Norte tem o menor efetivo e a menor proporção de mulheres na corporação, em comparação aos demais estados do País. Mesmo com o atual concurso, prestes a chamar pelo menos 62 mulheres, o número pode não ter mudança significativa, uma vez que há muitas das que estão na ativa em idade de ir para a reserva.
Segundo dados mais recente da Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública, realizada pelo Ministério da Justiça (MJ), o RN tinha, em 2017, um total de 122 mulheres na corporação, contra 7.894 homens, ou seja 1,54% do efetivo policial. Isto significa dizer que a PM tem 64,7 homens para uma mulher. É a pior proporção entre os 25 estados que responderam o estudo.
O efetivo feminino também é o menor do Brasil. Para se ter ideia dessa distância entre os outros estados brasileiros – Amazonas e Maranhão não informaram os dados – o segundo colocado é o Ceará, com proporção de 23,3 homens para 1 mulher e um efetivo de 740 mulheres. Em sequência aparece o Piauí, com proporção de 12,7 e efetivo de 411 mulheres.
O subcomandante da Polícia Militar no Rio Grande do Norte, coronel Zacarias Mendonça, reconhece o déficit de mulheres e aponta que o atual organograma da PMRN, que prevê a existência de apenas uma Companhia de Polícia Feminina (CPFEM), está “ultrapassado”. Os números apresentados pela PM à pedido da TRIBUNA DO NORTE foram diferentes dos divulgados pelo MJ: são 131 mulheres atualmente na corporação. Dessas, cerca de 20 atuam nas ruas.
“No nosso organograma mostra que o efetivo feminino era exclusivo de uma companhia, a CPFEM. Ela, no seu organograma, as soldados têm apenas 62 vagas. Hoje, a legislação só permite que a entrada seja para 62 soldados. Acho que essa questão da Companhia Feminina está ultrapassada. Se vier um concurso com 1.000 vagas e entrarem 1.000 mulheres não tem problema para gente. É a lei de fixação de efetivo que está ultrapassada”, avalia à TRIBUNA DO NORTE. Ele explica ainda que uma das ideias da atual gestão da PM é mudar essa atual conjuntura, mas essa alteração faz parte da reestruturação da Polícia Militar, que ainda não tem data certa para acontecer.
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