19 jul 2019

Governo do RN não envia bolsas para ostomizados há meses e situação é crítica

Mossoró possui algo em torno de 200 pessoas ostomizadas que usam bolsas coletoras de fezes e urina de forma ininterrupta. Há pelo menos 3 meses a administração Estadual não faz o repasse dessas bolsas e tem quase um ano que não chega qualquer adjuvante, materiais que ajudam na manutenção dessas bolsas.

“Nós estamos vivendo uma situação crítica. Eu por exemplo já deixei de ir a eventos familiares porque não tenho bolsa. Não tenho condições de comprar”, afirmou Vanicleide da Costa.

No RN existem três pólos de distribuição desses materiais: Natal, Pau dos Ferros e Mossoró. “Em Pau dos Ferros os ostomizados chegam a utilizar sacolas de supermercados. O risco de infecção é grande”, alerta Sueli Paiva que tem um familiar ostomizado.

Os ostomizados relatam a dificuldade financeira que passam sem as bolsas: “a mais barata, mais simples custa 18 reais. A melhorzinha é quase 80 reais. Alguns usam mais de 1 por dia. É muito caro e o Governo precisa chegar junto”, disse Antônio Eliomar Bezerra, ostomizado há vários anos.

O que chega para distribuição faz parte de doações de familiares que tiveram seus entes falecidos: “O Governo chegou a fazer compra de emergência, mas até agora não chegou. É preciso uma licitação própria direcionada apenas para a aquisição das bolsas coletoras”, alertou Inês Isaura Barbosa, voluntária do grupo de ostomizados de Mossoró.

Parte dos ostomizados de Mossoró – foto: Diário Político

Ostomia é deficiência

A ostomia também recebe outros nomes. Isso varia conforme a parte do intestino onde é realizada:

  • Colostomia: comunica o cólon com o exterior.
  • Ileostomia: faz a comunicação entre o intestino delgado e o exterior, ela fica localizada na parte inferior direita do abdômen.
  • Urostomia: é um desvio urinário, que modifica o curso natural da urina.

Desde 2004, através do Decreto 5.296, a ostomia é considerada uma deficiência física: “alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física”.

De acordo com a Revista da ABRASO (2005, ed. 05), o que caracteriza os/as ostomizados/as como deficientes físicos é a falta de controle esfincteriano, intestinal ou urinário. “É uma situação de grande trauma emocional, comparável a uma amputação, e de necessidade permanente de equipamentos”. Além disso, quem passa pela ostomia também é sofre discriminação e preconceito, por conta da nova condição física.

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