13 jul 2019

Distrital irmão de João Maia na mira da polícia

Via Metrópoles

Investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) miraram o que viram, mas acertaram o que não viram. Ao cumprirem mandados de busca e apreensão na Câmara Legislativa (CLDF) no dia 4 de julho, os agentes procuravam evidências sobre fraudes em listas de ponto dos deputados, na investigação que tem como alvo principal o segundo-secretário da Casa, Robério Negreiros (PSD). No entanto, acabaram encontrando pistas de outra possível irregularidade, desta vez, envolvendo o distrital Agaciel Maia (PL).

Há suspeitas de que Robério tenha adulterado mais de 50 documentos de registro de presença. As falsificações, de acordo com o MP, teriam contado com a ajuda do diretor-legislativo, Arlécio Alexandre Gazal. Por isso, os investigadores fizeram diligências nos gabinetes dos dois, entre outras salas. A ação ocorreu em apoio à operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)

Em uma das gavetas da mesa de Gazal, na Diretoria Legislativa, localizada no quinto andar da CLDF, foram encontrados canhotos de cheques nominais a Agaciel. Somados, os valores chegam a R$ 300 mil. No local, também foi apreendido um contrato de compra e venda de uma casa no litoral do Rio Grande do Norte, que seria de propriedade do distrital. De acordo com o documento, o imóvel foi repassado a Gazal em uma suposta transação envolvendo o pagamento de R$ 500 mil.

Procurado

Procurado pela reportagem, Agaciel Maia afirmou que estava em viagem e não respondeu aos questionamentos

Em entrevista ao Metrópoles, Gazal disse que o valor era fruto de um empréstimo ao deputado. De acordo com o servidor, de 84 anos, o distrital teria precisado do montante para pagar advogados. “Quando o Agaciel se elegeu deputado, eu já estava aqui. Os canhotos referem-se a várias situações em que ele precisou de dinheiro. Esses canhotos de cheque estão no nome do Agaciel. Isso é para ele pagar situações dele, porque o que ele paga de advogado é uma festa. Ele pega e contrata advogado, pois cada parecer dele custa R$ 50 mil. Ele tem processos um em cima do outro, e vive me pedindo dinheiro”, disse.

Negócios

Questionado pela reportagem sobre o que ganha emprestando dinheiro ao deputado e como havia sido a transação envolvendo o imóvel, Gazal afirmou que mantém negócios com o distrital. “O que ganho com isso? De vez em quando, eu preciso dele, mas não é para arrumar cargo. Nunca arrumei cargo para ninguém. Agaciel tem uma casa no Rio Grande do Norte, na beira da praia, mas ela é minha. Eu paguei, não transferi para o meu nome, mas tem um contrato de compra e venda. Ali, entram aqueles R$ 500 mil. Ele desfruta, mas a casa é minha”, afirmou.

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