Vejo com preocupação a repercussão da prisão de um dos irmãos do Deputado Estadual Francisco do PT, líder do Governo Fátima na Assembleia Legislativa do RN. A prisão decorreu de operação policial, leia AQUI. Esta situação escancara o que temos de pior no País, que é a falta de controle sobre tráfico de drogas e cada vez mais pessoas sendo levadas ao mundo do crime e facções. É preocupante pelo fato de haver uma mistura de problema de saúde e segurança pública com política partidária. Tudo isso com objetivo de desqualificar um e o outro.
Em nota o parlamentar escreveu não ter proximidade com o irmão que conheceu já adulto: “Alguns de meus irmãos, assim como eu, conseguiram vencer na vida através dos estudos. Outros não seguiram o mesmo caminho. Entre eles há também o Fernando, que é um dos meus 4 irmãos por parte de mãe e, infelizmente, há muito tempo enfrenta problemas com a dependência química. Não viramos as costas pra ele”.
O fato de ser político aliado da Governadora, membro do Partido dos Trabalhadores é meio que catalizador de informações negativas de algo que deve ser tratado com muito cuidado e até mesmo empatia. Escrevo sem passar pano sobre o que aconteceu, quando inclusive em nota o Deputado Francisco afirmou que a prisão “será tratada pela justiça, dentro da lei, como deve ser com qualquer cidadão brasileiro”. O problema da nossa sociedade é justamente querer julgar e demonizar uma situação extremamente sensível. Não pelo fato de ser um irmão do político, mas porque várias pessoas estão na mesma condição, porém esquecidos no limbo dos que fecham os olhos para a gravidade do assunto.
Nenhuma família está livre de ter algum membro envolvido com drogas. Infelizmente a dependência química leva muitos cidadãos a cometerem crimes para manutenção desta doença, vício.
Escrevo sobre este assunto com conhecimento de causa, visto que um irmão meu com dependência química chegou a cometer roubos, furtos, inclusive dentro de casa. Foi preso e depois de solto, assassinado, possivelmente por algum tipo de facção criminosa.
Ao invés de banalizar, fazer politicagem ou diminuir o problema endêmico das drogas e da violência causada pelo tráfico, teríamos que cobrar das autoridades mecanismos que possam combater este sistema criminoso que corrói futuros, famílias e destrói vidas. Não existe no mundo qualquer perspectiva de solução para interrupção do tráfico de entorpecentes que cada vez mais chegam a ser consumidos ainda na fase de adolescência da população.
Drogas é um problema que de cara não pode ser jogado debaixo do tapete da hipocrisia.